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terça-feira, 29 de julho de 2008

Reflita...

Aqui está uma sátira do aquecimento global...

segunda-feira, 28 de julho de 2008

O que nós somos ?

Você já parou para pensar que tipo de ameaça você para o planeta ? Pois é! Podemos ser sem perceber uma ameaça para o mundo, através de nossos consumos e de nossa educação. Mas podemos ainda mudar isto à tempo. Devemos fazer um balançeamento de nossas vidas, começando por perguntas simples como :
  • O eu consumo?
  • Eu tenho o hábito de reciclar ?
  • Eu favoreço a população com aquecimento global ?
  • A culpa também é minha ?
  • Em meu lar colaboro com o desperdício ?
  • Que marca deixarei no mundo ?

São estas perguntas juntamente com muitas outras que devemos responder, refletir e agir para fazer a diferença no mundo. Você poderá estimar a quantidade recursos naturais necessários para sustentar suas atividades diárias, respondendo um questionário de 15 perguntas que a WWF fez para termos uma base da pegada que deixaremos no planeta Terra.

Confira as marcas que você quer deixar no planeta no site: http://www.pegadaecologica.org.br/

Eu já passei por este questionário, aprendi muito e não deixarei marcas boas se não mudar meu modo de viver... Aprovo e recomendo para toda a população. Por isso afirmo a todos que sou também uma ameaça para o PLANETA TERRA . Mas estou aprendendo a mudar isso !!!

Fonte: WWF - Pegada Ecológica

sábado, 26 de julho de 2008

Especial: Terremotos

Até muito recentemente, os cientistas tinham apenas suposições sobre o que realmente causava os terremotos. Mesmo hoje, ainda há uma certa dose de mistério que os rodeia, mas os cientistas já têm um entendimento muito mais claro do fenômeno.

Houve um enorme progresso no século passado: os cientistas identificaram as forças que causam os terremotos e desenvolveram uma tecnologia que nos informa a magnitude e a origem de um terremoto. O próximo passo é encontrar uma forma de prever os terremotos, para que eles não peguem as pessoas de surpresa.

Nesta matéria, descobriremos o que causa os terremotos e porque eles têm um efeito tão devastador.

O chão treme

O terremoto é uma vibração que se movimenta pela crosta terrestre. Tecnicamente, um caminhão grande que faz um estrondo pela rua, causa um mini-terremoto se você sente a sua casa tremer quando ele passa, mas os terremotos são eventos que afetam uma área relativamente grande, como uma cidade inteira. Vários fatores podem causar terremotos:

* erupções vulcânicas
* impactos de meteoros
* explosões subterrâneas (um teste nuclear subterrâneo, por exemplo)
* estruturas que desmoronam (como uma mina)

Mas a maioria dos terremotos que ocorre naturalmente é causado pelos movimentos das placas terrestres, como veremos na próxima sessão.

Ouvimos falar sobre terremotos nos noticiários apenas de vez em quando, mas na verdade eles ocorrem todos os dias no nosso planeta. De acordo com a pesquisa da United States Geological (em inglês), mais de três milhões de terremotos ocorrem todos os anos, o que soma 8 mil por dia ou um a cada 11 segundos.

A vasta maioria destes 3 milhões de tremores é extremamente fraco. A lei das probabilidades também faz com que um bom número dos tremores mais fortes aconteça em lugares não habitados, onde ninguém os sente. São os grandes terremotos, que ocorrem em áreas muito populosas, que nos chamam a atenção.

Os terremotos causaram muitos danos às terras ao longo dos anos e tiraram muitas vidas. Nos últimos cem anos, houve mais de 1,5 milhões de fatalidades relacionadas aos terremotos. Geralmente, não é o tremor de terra em si que mata, é a destruição de estruturas feitas pelo homem e outros desastres naturais conseqüentes dos terremotos, tais como os tsunamis, as avalanches e os deslizamentos de terra.

Placas deslizantes

A maior descoberta científica na história da sismologia, o estudo dos terremotos, chegou na metade do século XX, com o desenvolvimento da teoria das placas tectônicas. Os cientistas propuseram a idéia das placas tectônicas para explicar uma série de fenômenos peculiares na terra, tais como o movimento aparente dos continentes ao longo do tempo, as regiões de atividade vulcânica e a presença de enormes sulcos no fundo do oceano.

A teoria básica é que a camada superficial da terra, a litosfera, é formada por muitas placas que deslizam sobre uma zona do manto externo, a astenosfera. Nos limites entre estas placas enormes de solo e pedra, três coisas diferentes podem acontecer.

* As placas podem se deslocar para lados diferentes - se duas placas estão se separando uma da outra, rochas quentes derretidas fluem das camadas do manto abaixo da litosfera. Este magma sobe para a superfície (do fundo do oceano), onde é chamado de lava. Quando a lava se esfria, ela endurece e forma novo material de litosfera, preenchendo a fenda. Isto se chama limite de placa divergente.

* As placas podem colidir - se duas placas se movimentam uma em direção à outra, uma placa geralmente desliza para baixo da outra. A placa que submerge, afunda nas camadas mais baixas do manto, onde derrete. Em alguns limites onde duas placas se encontram, nenhuma placa está em posição para submergir, portanto ambas se empurram uma contra a outra para formar montanhas. As linhas onde as placas se empurram uma contra a outra são chamadas de limites de placas convergentes.

* As placas deslizam uma contra a outra - em outros limites, as placas simplesmente deslizam em direções opostas. Ao mesmo tempo que as placas não se encontram diretamente uma contra a outra nestes limites de transformação, elas são empurradas bem próximo uma da outra. Uma grande quantidade de tensão se forma nos limites.

Onde estas placas se encontram, você vai encontrar falhas, que são fissuras na crosta terrestre, onde os blocos de rochas se movimentam em direções diferentes. Os terremotos são muito mais comuns ao longo das linhas de falhas do que em qualquer outro lugar do planeta.


Uma das falhas mais conhecidas é a falha de San Andreas, na Califórnia. Ele marca o limite entre a placa do oceano Pacífico e a do continente norte-americano e se estende ao longo de 1.050 km de terra.

Falhas

Os cientistas identificam quatro tipos de falhas, caracterizadas pela posição do plano de falha, a fissura na rocha e o movimento de dois blocos de rocha.

* Em uma falha normal (veja a animação abaixo), o plano de falha é quase vertical. A falha geológica, bloco de rocha posicionado acima do plano, empurra para baixo ao longo da placa inferior. A placa inferior empurra para cima, de encontro à rocha superior. Estas falhas ocorrem onde a crosta está sendo separada, devido à pressão de limites de placas divergentes.


* O plano de falha de uma falha reversa também é quase vertical, mas a rocha superior empurra para cima e a rocha inferior empurra para baixo. Este tipo de falha se forma onde a placa está sendo comprimida.


* Uma falha de cavalgamento se movimenta da mesma maneira que uma falha reversa, mas a linha de falha é quase horizontal. Nestas falhas, que também são causadas por compressão, a rocha ascendente é, na verdade, empurrada para cima no topo da rocha inferior. Este é o tipo de falha que ocorre no limite de uma placa convergente.
* Em uma falha transcorrente, os blocos de rocha se movimentam em direções horizontais opostas. Estas falhas se formam quando os pedaços de crosta deslizam uns contra os outros, como num limite de placa transformantes.


Em todos estes tipos de falhas, os diferentes blocos de rochas se empurram uns contra os outros, criando uma forte fricção enquanto se movimentam. Se este nível de fricção for suficientemente alto, os dois blocos ficam travados. A fricção evita que eles deslizem um por cima do outro. Quando isto acontece, as forças nas placas continuam a empurrar a rocha, aumentando a pressão aplicada na falha.

Se a pressão aumenta o suficiente, então ela vai superar a força da fricção e os blocos se movimentarão rapidamente para a frente. Em outras palavras, quando as forças tectônicas empurram os blocos "travados", uma energia potencial se forma. Quando as placas finalmente se movimentam, esta energia formada se torna cinética. Alguns movimentos de falha criam mudanças visíveis na superfície da terra, mas outras mudanças ocorrem em rochas muito abaixo da superfície e, portanto, não criam uma ruptura na superfície.

A fissura inicial que cria a falha, juntamente com estas mudanças intensas repentinas ao longo das falhas já formadas, são as principais fontes de terremotos. A maioria dos terremotos ocorre nos limites de placa, porque é aí que a força dos movimentos das placas é sentida de maneira mais intensa, criando zonas de falhas, grupos de falhas interligados. Em uma zona de falha, a liberação de energia cinética pode aumentar o estresse (energia potencial) em outra falha próxima, levando a outros terremotos. Este é um dos motivos pelos quais vários terremotos podem ocorrer na mesma área em um curto período de tempo.

De tempos em tempos, terremotos realmente ocorrem no meio das placas. Na realidade, uma das mais poderosas séries de terremotos nos Estados Unidos, ocorreu no meio da placa continental Norte Americana. Estes terremotos, que sacudiram vários estados em 1811 e 1812, originaram-se no Missouri. Nos anos 70, cientistas descobriram a origem provável deste terremoto: uma zona de falha de 600 milhões de anos enterrada embaixo de muitas camadas de rocha.

As vibrações de um dos terremoto desta série foram tão poderosas que tocaram os sinos das igrejas num raio tão poderoso que atingiu até Boston.

Provocando ondas

Quando uma fissura ou mudança repentina ocorre na crosta terrestre, a energia irradia para fora como ondas sísmicas, assim como a energia da perturbação de um corpo na água irradia em forma de onda. Em cada terremoto, existem vários tipos diferentes de ondas sísmicas.

Ondas de corpo se movimentam pela parte interna da terra, enquanto as ondas de superfície percorrem sua parte extrema. As ondas de superfície, às vezes chamadas de ondas longas, ou simplesmente ondas L, são responsáveis pela maior parte dos danos associados aos terremotos, porque causam as vibrações mais intensas. Originam-se das ondas de corpo que alcançam a superfície.

Existem dois tipos principais de ondas de corpo.

* Ondas primárias, também chamadas de ondas P ou ondas compressionais, percorrem de 1,6 a 8 km por segundo, dependendo do material por onde estão se movimentando. Esta velocidade é maior do que a velocidade de outras ondas, portanto as ondas P chegam primeiro em qualquer tipo de superfície. Elas percorrem sólidos, líquidos e gases e vão passar completamente pelo corpo da terra. Assim que percorrem as rochas, as ondas movimentam pequenas partículas, separando-as e depois juntando-as novamente, alinhadas com a direção do movimento da onda. Estas ondas chegam na superfície como um golpe abrupto.

* Ondas secundárias, também chamadas de ondas S ou ondas transversais, ficam um pouco atrás das ondas P. À medida que estas ondas se movimentam, elas deslocam partículas de rocha para fora, empurrando-as no sentido perpendicular a seu percurso. Isto resulta no primeiro período de revolução associado aos terremotos. Ao contrário das ondas P, as ondas S não se movimentam direto pela terra. Elas atravessam apenas os materiais em estado sólido e param na camada líquida no centro da terra.

Ambos os tipos de ondas de corpo viajam ao redor da terra e podem ser detectadas do lado oposto do planeta, a partir do ponto onde o terremoto começou. A qualquer momento, ocorre um número de ondas sísmicas muito leves que se movimentam em torno do planeta.

Ondas de superfície são como as ondas em um corpo de água, elas movimentam a superfície da terra. Isto geralmente causa o pior estrago, porque o movimento das ondas mexe com as fundações de estruturas feitas pelo homem. As ondas L são as que movimentam-se mais devagar, portanto, o tremor mais intenso geralmente vem no final de um terremoto.

Localizando a origem do terremoto

Vimos na última sessão que existem três tipos diferentes de ondas sísmicas e que estas ondas se movimentam em velocidades diferentes. Como a velocidade exata das ondas P e S varia de acordo com composição do material que elas percorrem, a média entre as velocidades das duas ondas irá permanecer relativamente constante em qualquer terremoto. As ondas P geralmente viajam 1,7 vezes mais rápido do que as ondas S.

Usando esta média, os cientistas podem calcular a distância entre qualquer ponto na superfície da terra e o foco de um terremoto - o ponto de fissura onde as vibrações se originaram. Eles fazem isto com um sismógrafo, máquina que registra as diferentes ondas. Para descobrir a distância entre o sismógrafo e o foco, os cientistas também precisam saber a hora em que as vibrações chegaram. Com esta informação, eles observam quanto tempo passou entre a chegada de ambas as ondas e verificam uma tabela especial para saber a distância que as ondas percorreram, com base neste intervalo.

Ao juntar estas informações de três ou mais pontos, pode-se descobrir o local do foco através do processo de trilateração. Basicamente, desenha-se uma esfera imaginária em volta de cada localização sismográfica, com o ponto de medida como o centro e a distância (vamos chamá-la de X) a partir deste ponto até o foco como o raio. A superfície do círculo descreve todos os pontos que estão a X quilômetros de distância do sismógrafo. O foco tem que estar em algum lugar ao longo desta esfera. Se surgirem duas esferas, baseadas nas evidências de dois sismógrafos diferentes, obtêm-se um círculo bi-dimensional, onde elas se encontram. Já que o foco tem que estar dentro da superfície das duas esferas, todos os pontos de foco possíveis estão situados no círculo formado pela intersecção destas duas esferas. Uma terceira esfera vai interceptar este círculo apenas duas vezes, dando-lhe dois possíveis pontos de foco. E como o centro de cada esfera está na superfície da terra, um destes possíveis pontos estará no ar, restando apenas um local de foco lógico.

Medindo a magnitude e a intensidade

Sempre que um terremoto mais importante aparece nos noticiários, ouve-se falar da Escala Richter. Pode-se também pode ouvir falar da Escala Mercalli, apesar de não se falar nela com tanta freqüência. Estas duas medidas descrevem a potência de um terremoto a partir de duas perspectivas diferentes.

A Escala Richter é usada para medir a magnitude de um terremoto, ou seja, a quantidade de energia que é liberada. Isto é calculado usando a informação obtida por um sismógrafo. A Escala Richter é logarítmica, o que quer dizer que o aumento total indica um aumento de dez vezes. Neste caso, o aumento é uma amplitude de onda, ou seja, a amplitude de onda em um terremoto de nível 6 é 10 vezes maior do que um de nível 5 e a amplitude aumenta 100 vezes entre o terremoto de nível 7 e o de nível 9. A quantidade de energia liberada aumenta 31,7 vezes entre os valores totais.

O maior terremoto já registrado marcou 9,5 graus na Escala Richter usada atualmente, apesar de não ser improvável que tenham ocorrido tremores mais fortes na história da terra. A maioria dos terremotos registra menos de 3 graus na Escala Richter. Estes tremores, que geralmente não são sentidos pelas pessoas, são chamados de micro-tremores. Geralmente, não se vê muitos estragos causados por terremotos que ficam abaixo de 4 na escala. Os terremotos mais importantes registram 7 graus ou mais.

A classificação pela escala Richter nos dá apenas uma idéia superficial sobre o verdadeiro impacto de um terremoto. Como vimos, o poder de destruição de um terremoto varia dependendo da composição do solo na área e a localização das estruturas feitas pelo homem. A extensão dos estragos é avaliada pela Escala Mercalli. Os números da Mercalli aparecem em algarismos romanos e se baseiam em interpretações subjetivas. Um terremoto de baixa intensidade, onde algumas pessoas sentem a vibração e no qual não há danos significativos, é classificado como II. A classificação mais alta, XII, é aplicada apenas a terremotos onde estruturas são destruídas, o solo fica rachado e outros desastres naturais se iniciam (como desabamento de terras ou Tsunamis).

O grau da Escala Richter é determinado logo após o terremoto, assim que os cientistas compararam os dados de diferentes estações de sismógrafos. O grau da Escala Mercalli, por outro lado, não pode ser determinado até que os investigadores tenham tempo para conversar com testemunhas para descobrir o que ocorreu durante o terremoto. Assim que eles têm uma idéia clara sobre os prejuízos, eles usam o critério Mercalli para se decidir por um grau adequado.


Como agir em caso de terremotos


Compreendemos os terremotos muito melhor hoje do que há 50 anos, mas ainda não podemos fazer muito a respeito deles. Eles são causados por processos geológicos fundamentais que estão muito além do nosso controle. Estes processos também são meio imprevisíveis, portanto não é possível dizer quando um terremoto vai ocorrer. As primeiras ondas sísmicas detectadas nos dirão que vibrações mais poderosas estão a caminho, mas isto nos dá apenas alguns minutos de alerta, no máximo.

Os cientistas podem dizer onde é provável que terremotos maiores ocorram, baseados no movimento das placas na terra e na localização das zonas de falha. Eles também podem fazer suposições de quando eles podem ocorrer em uma certa área, observando a história dos terremotos na região e detectando onde a pressão está aumentando ao longo das linhas da falha. Contudo, estas previsões ainda são extremamente vagas. Os cientistas foram mais bem sucedidos ao prever os tremores posteriores, tremores adicionais que seguiram um terremoto. Estas previsões são baseadas em pesquisa extensa de padrões após um tremor. Os sismologistas podem fazer uma boa suposição de como um terremoto, que se originou ao longo de uma falha, vai causar terremotos adicionais em falhas relacionadas.

Uma outra área de estudo é a relação entre as descargas magnéticas e elétricas em material rochoso e os terremotos. Alguns cientistas criaram hipóteses de que estes campos eletromagnéticos mudam um pouco antes de um terremoto. Os sismologistas também estão estudando a infiltração de gás e a inclinação do solo como sinais de aviso de terremotos. Na maior parte das vezes, os cientistas não podem prever os terremotos com precisão.

Então o que podemos fazer a respeito dos terremotos? Os avanços mais importantes nos últimos 50 anos têm sido na área da construção civil. Em 1973, o código de construção civil, um conjunto de padrões internacionais para a construção civil, acrescentou especificações para reforçar os prédios contra a força de ondas sísmicas. Isto inclui o reforço de material de apoio, assim como o projeto de prédios flexíveis para absorver as vibrações sem cair ou se deteriorar. É muito importante projetar estruturas que suportem este tipo de choque, particularmente em áreas sujeitas a terremotos. Veja Como funcionarão as estruturas inteligentes para mais detalhes sobre como os cientistas estão criando novas formas de proteger os prédios da atividade sísmica.

Outro detalhe importante é a educação do público. A United States Geological Survey -USGS (em inglês) e outras agências do governo produziram vários folhetos explicando os processos envolvidos em um terremoto e dando instruções sobre como preparar sua casa e o que fazer quando ocorre um terremoto.

No futuro, melhorias na previsão e na preparação das pessoas devem minimizar ainda mais a perda de vidas e de propriedade associadas aos terremotos. Mas ainda vai demorar muito tempo antes de estarmos preparados para todos os terremotos fortes que possam ocorrer. Assim como as doenças graves e o clima, os terremotos são uma força inevitável gerada pelos processos naturais poderosos que dão forma ao nosso planeta. Tudo o que podemos fazer é aumentarmos nosso entendimento sobre o fenômeno e desenvolver formas melhores de lidar com ele.


O grande incêndio de São Francisco em 1906 começou devido a um terremoto muito forte. As vibrações do terremoto e um incêndio destruíram a maior parte da cidade,
deixando 250 mil pessoas desabrigadas.


Matéria retirada do site: HowStuffWorks

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Equilíbrio do planeta depende da preservação das florestas

Além de transformarem gás carbônico em oxigênio por meio da fotossíntese, as florestas são importantes reguladores do clima, pois ajudam a controlar as temperaturas e o regime de chuvas. O equilíbrio do planeta é ameaçado à medida que a vegetação sofre alterações em função das mudanças climáticas, pois as plantas interferem em todo o ecossistema que as envolve.
Cada região do planeta possui condições propícias para o desenvolvimento de espécies diferentes. Fatores como altitude, latitude, pressão atmosférica, iluminação e forma de atuação das massas de ar determinam o tipo de vegetação a ser encontrada em cada local da Terra.
As florestas equatoriais, entre elas a Amazônica, são encontradas em regiões de baixa latitude, como o norte do Brasil, a parte centro-ocidental da África e o sudeste asiático. Essas florestas crescem em locais quentes e úmidos e são responsáveis por abrigar a maior parte da biodiversidade do planeta. As árvores são de grande porte com folhas largas com um tom de verde bem definido. Os solos em geral são pobres, mas a quantidade de húmus proveniente das folhas, galhos e troncos faz com que esse tipo de floresta seja conhecido como autofágica – alimenta-se de si mesma.
Um número menor de espécies é encontrado nas florestas tropicais, localizadas na faixa litorânea entre os trópicos. Apesar disso, elas reservam tipos de vidas que não existem em outros locais. De acordo a Organização de Alimentação e Agricultura da ONU, as florestas densas (tropicais e equatoriais) cobrem aproximadamente 3 bilhões de hectares da Terra.
Outros 1,3 bilhão de hectares da superfície terrestre são ocupados por florestas abertas – as savanas ou cerrados. Esse tipo de vegetação é cumum no centro-oeste do Brasil, centro da África, litoral da Índia e norte da Austrália. As são plantas rasteiras e as árvores pequenas, as folhas caem no período de seca para impedir o ressecamento do solo. Os troncos geralmente são espessos para o armazenamento de água. As savanas e cerrados costumam crescer em áreas de transição entre outros biomas e abrigam grande diversidade vegetal.

Seco

A pouca umidade impede o crescimento de árvores nas regiões de clima temperado continental, onde surgem os campos ou pradarias. O centro-oeste da Rússia, o sul do Canadá e o norte dos Estados Unidos, da China, da Argentina e do Uruguai são os locais em que se costuma ver um tapete hebáceo conhecido como gramíneas. As denominações variam entre pampas, pradarias e estepes, mas a espécie é a mesma.
Entre os pólos e os trópicos ficam as florestas temperadas, vistas no Canadá, leste asiático, Estados Unidos e Europa - onde as estações do ano são bem definidas. Assim, durante primavera as plantas apresentam muitas flores; o verão caracteriza-se pelas folhas verdes, que se tornam avermelhadas no outono e caem no inverno. A maior parte dessas florestas foi destruída na Europa e nos Estados Unidos para dar espaço à agricultura.]

Ao Norte

Acima das florestas temperadas, nas regiões subpolares da Terra (como norte do Canadá, da Rússia e da Europa) encontram-se a floresta de coníferas, também conhecida como taiga ou floresta boreal. Nesses locais, as árvores coníferas e os pinheiros formam uma densa cobertura, impedindo o solo de receber luz intensa. As temperaturas são baixas (entre -54oC e 20oC), mantendo a água e o solo congelados por boa parte do ano - o que faz com que as plantas levem muito tempo para crescer.
A vegetação rasteira é pouco representada, mas aparecem musgos, liquens e alguns arbustos, que caracterizam também a vegetação típica das regiões polares: a tundra.
Proveniente do material orgânico que aparece no curto período de degelo durante a estação "quente" das regiões de clima polar, a tundra é formada apenas por espécies de reprodução rápida e que suportam temperaturas extremamente baixas. Essa vegetação é um enorme bioma que ocupa aproximadamente um quinto da superfície terrestre, presente no norte do Alasca e do Canadá, na Groenlândia, Noruega, Suécia, Finlândia e Sibéria.

Raridade

Até nas áreas onde não existe nenhuma vegetação fixa, como os desertos, surgem ervas rasteiras em certos locais após as chuvas. Em áreas onde há lençol subterrâneo de água, ainda existe a possibilidade de surgirem oásis com palmeiras.
O equilíbrio de cada uma desses ecossistemas terrestres será mantido à medida que as suas condições de sobrevivência forem preservadas. A intervenção humana na vegetação traz conseqüências que afetam diretamente a vida no planeta, pois altera habitat e regime de alimentação animal, desvia curso de rios, modifica regime de chuvas e reduz a biodiversidade.

terça-feira, 22 de julho de 2008

As verdades não ditas pela revista Veja sobre a energia nuclear

São Paulo (SP), Brasil — Pontos da reportagem que defende usinas atômicas como resposta à alta do petróleo e ao aquecimento global são questionáveis. Confira quais.

Quis o destino que a extensa matéria da revista Veja sobre o pretenso renascimento da indústria nuclear fosse publicada justamente no fim de semana em que o fantasma da ameaça radioativa volta a assustar a Europa. Enquanto os repórteres da publicação brasileira teciam loas à indústria nuclear, o noticiário europeu girava em torno dos problemas de segurança das usinas francesas - duas delas apresentaram vazamento de líquido contaminado por urânio este mês, colocando em xeque o consumo da água de rios adjascentes aos reatores.

O material publicado pela Veja, intitulado "O que era medo se tornou esperança", pouco ou nada acrescenta à discussão sobre o uso de usinas atômicas para suprir as necessidades energéticas dos países, e se vale de muitas distorções e equívocos para justificar o seu uso no combate ao aquecimento global.

Em dado momento diz que "até mesmo ambientalistas, antes agressivos opositores da energia nuclear, passaram a defendê-la como alternativa aos combustíveis fósseis", mas cita como exemplo os nomes de sempre quando o assunto surge: James Lovelock e Patrick Moore. E só. Muito pouco, convenhamos, para considerar que o movimento ambientalista mudou de opinião em relação ao tema.

Apesar de dedicar seis páginas ao assunto, a revista Veja não explica a contento muitos dos pontos delicados abordados, como o custo da energia nuclear ou a grave questão do lixo radioativo. Para por esses importantes pingos nos respectivos 'is', o Greenpeace joga aqui alguma luz no assunto.

Um dos equívocos que mais saltam aos olhos é em relação às vítimas fatais por acidentes em usinas nucleares. Segundo a matéria, não passam de 9 mil desde a década de 1950, incluindo aí as mortes provocadas pelo acidente da usina ucraniana de Chernobyl (1986). Não fica claro se a reportagem considera nessa conta os dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), que a própria revista cita, de que milhares morreram nos anos seguintes ao acidente por conta da radiação, mas de qualquer maneira o número não bate com a realidade. Segundo levantamento feito pelo Greenpeace para o relatório sobre os 20 anos do acidente de Chernobyl, o número de vítimas pode chegar a 90 mil, considerando os inúmeros casos de incidência de câncer verificados na Rússia, Ucrânia e Bielorússia, países que sofreram diretamente com a nuvem radioativa após a explosão do reator em 1986.

Sobre o lixo nuclear, a reportagem é ainda mais vaga. Admite ser um problema sem solução até agora mas contemporiza afirmando que depósitos subterrâneos como o de Onkalo, na Finlândia, e Yucca Mountain, nos Estados Unidos, seriam uma saída para o problema. Mas como? Ambos os projetos citados estão atrasados, apesar das dezenas de bilhões de dólares gastos, e não se mostraram seguros o suficiente para serem apresentados como solução definitiva. Enquanto isso, o mundo que tem hoje mais de 400 usinas nucleares continua sem um depósito definitivo para o lixo nuclear.

As afirmações de que a energia nuclear é a solução para enfrentar a alta do preço do petróleo e o aquecimento global também não se justificam. A matéria indica a energia nuclear como forma de se reduzir a dependência dos países para o petróleo, devido ao custo, mas não leva em conta problemas como o alto preço das obras (e seus atrasos), além da necessidade de tratamento adequado aos rejeitos radioativos, ainda sem solução. Isso sem falar na possibilidade de graves acidentes e vazamentos, que podem provocar contaminações de pessoas e do meio ambiente, e do próprio legado do lixo nuclear às gerações futuras. A energia nuclear desvia ainda o foco da real solução para o aquecimento global, que é o investimento em energias renováveis, que são limpas, seguras e mais baratas no médio e longo prazos, levando-se em conta todas as variáveis em questão.

O custo do quilowatt instalado para usinas nucleares já é estimado entre US$ 5 bilhões e US$ 12 bilhões (para uma única usina), de acordo com o Relatório Moody “New Nuclear Generation in the United States” (Moody’s Investor Service). E as estimativas atuais não levam em consideração os custos de descomissionamento e gerenciamento de resíduos radioativos - tanto na mineração do urânio como no lixo final. O custo dessa disposição definitiva de rejeitos de alta e média radiatividade é estimado hoje entre US$ 21 bilhões e US$ 90 bilhões na França, país tido como exemplar no uso de energia nuclear. Boa parte disso financiado com dinheiro público, por meio de generosos subsídios.

Esses e outros dados dão um retrato mais acurado do que representa em termos ambientais, econômicos e energéticos a escolha da opção nuclear para o mundo. Seria importante que fossem colocados na mesa quando se discute o assunto, mas a revista Veja mostra apenas um lado do problema e a matéria tenta desfibrilar um cadáver com base em argumentos repetitivos e vagos. É pouco para impedir o inevitável: o futuro é renovável.

Fonte: GreenPeace

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Al Gore quer acabar com combustíveis fósseis em dez anos


O ex-vice-presidente dos Estados Unidos e prêmio Nobel da Paz em 2000, Al Gore, apresentou na manhã desta sexta-feira (18) um plano ambiental para, dentro de um prazo de dez anos, 100% da produção elétrica dos EUA seja advinda de energias renováveis e não, como hoje em dia, de combustíveis fósseis como o petróleo.
Gore, eleitor público do candidato democrata Barack Obama, comparou o desafio para as sociedades modernas das mudanças climáticas com a chegada do homem a Lua há quatro décadas. "Devemos empurrar nossa nação para alcançar um novo objetivo que mudará a história", ele declarou. "Mais uma vez temos a oportunidade de fazer com que a humanidade dê um passo gigante".
O diretor do premiado documentário "Uma verdade inconveniente", que trouxe à tona os desafios que o mundo enfrentará nas próximas décadas, afirmou não haver sentido nos Estados Unidos pedirem dinheiro emprestado a China a fim de comprar petróleo no Oriente Médio.
Os críticos do ambientalista argumentaram não ser possível erradicar o uso dos combustíveis fósseis nos EUA em uma década, ao que Gore replicou, em uma coletiva em Washington, ser perfeitamente possível: "A resposta é acabar com nossa dependência de combustíveis baseados em carbono".
Ele observou ainda que as mesmas soluções para a crise climática são necessárias para renovar a economia do país e escapar da crise gerada pela subida dos preços do petróleo. "A mudança mais importante na maneira de fazer política seria entender que é mais grave o que queimamos do que ganhamos".

domingo, 20 de julho de 2008

Governo e indústria do Pará assinam Pacto pela Madeira Legal e Sustentável

Belém (PA), Brasil — Compromisso visa eliminar madeira ilegal e de desmatamento de parte da cadeia produtiva do estado. Moratória da Soja foi inspiração.

O Pacto pela Madeira Legal e Sustentável assinado nesta sexta-feira pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), governo do Pará e setor madeireiro que opera no estado, visa banir madeira ilegal e de desmatamento de parte da cadeia produtiva do estado.

Inspirado na Moratória da Soja, iniciativa da sociedade civil e da indústria que compatibiliza produção sem provocar novos desmatamentos na Amazônia, o pacto da madeira reconhece a importância dos acordos voluntários, da participação da sociedade e do setor produtivo para a proteção da Amazônia, em apoio aos esforços dos governos federal e estadual.

Segundo o Greenpeace, o acordo é um passo crucial para trazer governabilidade para o setor madeireiro visando reduzir o desmatamento e a degradação florestal. O acordo atende a várias demandas que a organização vem fazendo historicamente pela implementação de medidas de controle e sustentabilidade para a produção de madeira no Pará, onde a atividade madeireira é notória pelos altos índices de ilegalidade.

"No entanto, em um país onde intenções raramente se concretizam em gestos, o Pacto só resultará em proteção efetiva da floresta, benefício para as comunidades locais e promoção da indústria que respeita a legislação e privilegia o uso responsável dos recursos florestais se indústria e governo trabalharem para a implementação efetiva do acordo", disse Paulo Adario, diretor da campanha da Amazônia do Greenpeace, presente à assinatura do documento.

A medida, de caráter ainda local, fortalece iniciativas internacionais, como o atual processo em discussão pela União Européia para barrar a entrada de madeira ilegal no mercado europeu. Também é consistente com a recente decisão do Congresso norte-americano que criminaliza a comercialização pelos Estados Unidos de produtos madeireiros produzidos ilegalmente em seus países de origem.

Estima-se que entre 63% e 80% de toda a madeira produzida na Amazônia seja ilegal. A exploração ilegal e predatória de madeira não apenas impacta o modo de vida das comunidades locais, mas é também uma das principais causas das mudanças climáticas. No Brasil, o desmatamento e as mudanças no uso do solo, principalmente na Amazônia, são responsáveis por 75% das emissões de gases que provocam o efeito estufa.

O Pacto pela Madeira Legal e Sustentável assinado nesta sexta-feira pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), governo do Pará e setor madeireiro que opera no estado, visa banir madeira ilegal e de desmatamento de parte da cadeia produtiva do estado.

Inspirado na Moratória da Soja, iniciativa da sociedade civil e da indústria que compatibiliza produção sem provocar novos desmatamentos na Amazônia, o pacto da madeira reconhece a importância dos acordos voluntários, da participação da sociedade e do setor produtivo para a proteção da Amazônia, em apoio aos esforços dos governos federal e estadual.

Segundo o Greenpeace, o acordo é um passo crucial para trazer governabilidade para o setor madeireiro visando reduzir o desmatamento e a degradação florestal. O acordo atende a várias demandas que a organização vem fazendo historicamente pela implementação de medidas de controle e sustentabilidade para a produção de madeira no Pará, onde a atividade madeireira é notória pelos altos índices de ilegalidade.

"No entanto, em um país onde intenções raramente se concretizam em gestos, o Pacto só resultará em proteção efetiva da floresta, benefício para as comunidades locais e promoção da indústria que respeita a legislação e privilegia o uso responsável dos recursos florestais se indústria e governo trabalharem para a implementação efetiva do acordo", disse Paulo Adario, diretor da campanha da Amazônia do Greenpeace, presente à assinatura do documento.

A medida, de caráter ainda local, fortalece iniciativas internacionais, como o atual processo em discussão pela União Européia para barrar a entrada de madeira ilegal no mercado europeu. Também é consistente com a recente decisão do Congresso norte-americano que criminaliza a comercialização pelos Estados Unidos de produtos madeireiros produzidos ilegalmente em seus países de origem.

Estima-se que entre 63% e 80% de toda a madeira produzida na Amazônia seja ilegal. A exploração ilegal e predatória de madeira não apenas impacta o modo de vida das comunidades locais, mas é também uma das principais causas das mudanças climáticas. No Brasil, o desmatamento e as mudanças no uso do solo, principalmente na Amazônia, são responsáveis por 75% das emissões de gases que provocam o efeito estufa.

Fonte: GreenPeace

sábado, 19 de julho de 2008

Greenpeace vai abrir processo contra Conselho de Segurança Nuclear na Espanha

O escape de material radioativo em Ascó, Espanha, em novembro de 2007, foi detectado pelo Conselho de Segurança Nuclear (CSN) na época. Mas agora, o Greenpeace acusa a central de já saber do acidente anteriormente, mas não tê-lo revelado. A organização está analisando os dados entregues pela CSN, mas já está segura de que o conselho nuclear escondeu o fato.

O relatório entregue à organização inclui as sondas infra-vermelhas de vigilância da CSN, em que o Greenpeace declarou ter detectado, com "total certeza", oscilação de radioatividade que coincide com o vazamento em dezembro. A rede detectou presença de material nuclear inclusive na praia de Almadraba, a 50 quilômetros de Ascó.

"É impossível que eles não tenham visto", declarou Carlos Bravo, responsável pelo departamento nuclear do Greenpeace. A organização ambiental vai utilizar os dados cedidos por eles em um processo penal contra a CSN por ocultar o vazamento radioativo.

Os dados da rede de vigilância apontam também emissão de radioatividade ao longo de dezembro de 2007 e janeiro de 2008 - e que coincidem com as ordens de descontaminação do sistema de ventilação responsável pelo escape. O Greenpeace está realizando, também, um relatório sobre o impacto ambiental, e solicitou que, se comprovado perdas maiores no meio ambiente do que o divulgado, que se reclassifique o vazamento dentro da escala internacional, atualmente no nível dois.

A CSN já descartou a possibilidade e avisou que, na realidade, o acidente tinha sido classificado como um, e atualmente subiu para o nível dois pela omissão de dados.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Especial: Acidificação dos Oceanos

Um estudo científico nos conscientiza sobre porque temos de deter a emissão de todo o dióxido de carbono que jogamos na atmosfera da Terra.
Os recifes são formados por pequenos animais que retiram o carbonato de cálcio da água do mar e os convertem no esqueleto do recife, e as mortes dos recifes têm sido uns dos fatos mais grave. E a principal causa dessa morte tem sido o aumento da temperatura. Há mais uma causa para o estresse dos recifes corais e de outros animais marinhos, originaria da abrupta carga química de todo o CO-2 absorvido pelos oceanos por causa de nossas atividades pelo mundo, gerando essa poluição.
Despejamos 70 milhões de toneladas de CO--2 na atmosfera diariamente. Mas 25 milhões delas são absorvidos pelos oceanos todos os dias. E a boa parte disso vira acido carbônico alterando o nível de pH dos oceanos, tornando-os mais ácidos. Assim fica difícil para os corais usarem o carbonato de cálcio necessário para formar os recifes.
Há um favorecimento de algumas formas de vida, por exemplo, as águas-vivas crescem nesse novo meio aquático. Invasores lodosos ameaçam banhistas na praia no mundo todo.
Em um caso de reatores nucleares pararam, porque a população de águas vivas esta subindo vertiginosamente. No Japão, no passado foram vistas um ou duas águas vivas gigantes com quase 2m e 45 quilos. No ano passado apareceram dezenas de milhares delas causando sérios prejuízos.
Mas a questão, um tudo isso, é que temos poder e capacidade para alterar as coisas e pararmos de jogar no meio ambiente a poluição que está causando está mudanças indesejáveis.


Uma matéria sobre as águas vivas

Águas-vivas gigantes invadem a costa de Tóquio


Um grande número de águas-vivas gigantes apareceram ao redor da costa japonesa desde julho, destruindo redes de pesca, obrigando pescadores a passar horas separando as águas-vivas de Nomura, como são conhecidas, antes de perderem toda a pesca.
Representantes de entidades de pescaria reuniram-se em Tóquio nesta terça-feira para tentar achar uma solução para acabar com a peste que atinge a costa pacífica do país.
"É um problema terrível. Elas são como extraterrestres", afirmou Noriyuki Kani, da federação de pescadores durante a conferência.
Não há números oficiais sobre a dimensão dos problemas, mas Kani afirma que as perdas financeiras são óbvias. "Se as redes estão cheias de águas-vivas, logicamente não há espaço para peixes", disse, uma pescaria que normalmente leva três horas, torna-se uma batalha de até dez horas com pescadores preocupados em cortar redes e afugentar as águas-vivas, enquanto que os peixes são envenenados e mortos.
O animal que preocupa os japoneses pode chegar a medir até dois metros e pesar 200 quilos, mas apesar do tamanho, seu veneno não é forte o suficiente para causar danos graves aos humanos.
Alguns pescadores conseguiram se livrar do problema ao começar a usar redes-guias com buracos maiores que o normalmente utilizado. Assim, as águas-vivas escorregam pelas redes, enquanto que os peixes continuam presos.
"Alterando nosso modo de pescar, nós conseguimos recuperar 80 a 90% das nossas pescarias", disse o pescador Masatoshi Kuruma, que afirma que já chegou a pegar 3 mil águas-vivas em suas redes.
Solução gastronômica
Sul-coreanos têm passado pelos mesmo problemas que os japoneses. Já na China, aonde as águas-vivas gigantes são uma especiaria da culinária local, não foram registrados casos desse problema.
Comunidades do Japão têm tentado introduzir a culinária chinesa, mas aparentemente, os japoneses não aprovaram os pratos.

Matéria feita por: Danieli Priscila

quarta-feira, 16 de julho de 2008

A Fonte da Vida: Água

Estava procurando algo concientazador sobre a água e achei este artigo. É algo que nos faz para e pensar sobre a água e que devemos economiza-lá. Usufruimos de uma riqueza que pra nós não há valor, mas quando faltar, lembraremos que não soubemos usá-la adequadamente.


Água doce

Depois de brincar muito debaixo de um sol escaldante, você entra em casa, corre para o chuveiro, abre a torneira e... Nem uma gota d’água. Aí, você pensa: – Daqui a pouco ela volta –, decide dar uma olhada na geladeira e... Nada de água para beber. Então, sua mãe aparece e diz que, infelizmente, não pôde fazer o almoço porque não tem água para cozinhar. – Céus! – você grita. – É um complô contra mim? São situações como essas que nos mostram o quanto a água doce é preciosa. Vivemos num planeta cuja área ocupada pela água é cerca de três vezes maior do que a ocupada pela terra firme. Imagine que toda essa água pudesse ser dividida em 100 piscinas. Tome nota: 97 seriam cheias com água salgada e apenas três, com água doce. Duas dessas piscinas e mais um terço da terceira são formadas pelo gelo acumulado nos pólos e no alto das montanhas. Logo, apenas dois terços do que falta para encher a terceira piscina são de água doce líquida. Essa comparação dá uma idéia de como a quantidade de água doce disponível para o nosso uso é pequena diante de toda a água existente na Terra. Agora, vamos pensar em números: alguns cientistas estimaram que há água doce suficiente para que cada pessoa tenha direito a 8.300.000 litros por ano. Mas eles acreditam que sejam gastos apenas 3.000.000 por pessoa. Então, você deve estar pensando: se cada pessoa gasta cerca de um terço da água doce a que teria direito, não há razões para preocupação. Engano seu, porque a água doce não está distribuída igualmente sobre a Terra. A Europa e a Ásia, que concentram cerca de um terço da população mundial, dispõem de apenas um quarto de água doce. Na África, onde fica metade da água doce do mundo, mora apenas a décima parte da população do planeta. Na região amazônica, está um quinto da água doce e um centésimo da população mundial. No nordeste brasileiro, onde vive quase um quarto dos habitantes do país, não há água doce em quantidade suficiente. Viu só que desequilíbrio? As principais fontes de água doce são os rios, lagos, lagoas e lençóis freáticos – a camada de água que fica sob o solo. Aqui no Brasil, e em muitas outras partes do mundo, essas fontes, que já são mal distribuídas, sofrem ainda com a poluição e outros problemas. Fertilizantes empregados na agricultura, por exemplo, contaminam a água sob o solo; resíduos industriais e residenciais não tratados sujam os rios; o desmatamento das matas que beiram rios e lagos, assim como as ocupações irregulares dessas margens, afeta drasticamente a disponibilidade de água nesses ambientes porque, sem essa proteção natural, as chuvas carregam os sedimentos de fora para dentro desses rios e lagos, aterrando-os. E mais: muitos reservatórios de água doce, em especial as lagoas costeiras, podem, digamos, se tornar salgados. Isso porque, com o aumento da temperatura do planeta e o conseqüente derretimento das calotas polares, o nível do mar se torna maior, podendo invadir lagoas costeiras de água doce, salinizando suas águas e tornando-as impróprias para o uso humano. Tal efeito já é notado na África. É preciso, então, muita consciência na hora de usar a água doce porque todas essas razões a colocam ameaçada, sim!


Artigo de: AmenaideSouza Vitor


segunda-feira, 14 de julho de 2008

Investimentos em energia renovável crescem 60% em todo o mundo

O investimento global em energias renováveis ao longo de 2007 registrou crescimento de 60% em relação ao ano anterior, com US$ 148 bilhões aplicados no setor. O levantamento foi apresentado na terça-feira (1/7) pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), no relatório Tendências Globais dos Investimentos em Energias Renováveis 2008 (texto em inglês).

De acordo com o levantamento, a energia eólica atraiu a maior parte dos aportes - US$ 50,2 bilhões de dólares. No entanto, o mercado que mais cresceu foi o de energia solar. O segmento recebeu cerca de US$ 28,6 bilhões, três vezes mais que em 2004.

China, Índia e Brasil são a bola da vez. Juntos, os três países receberam 22% dos investimentos mundiais, o equivalente a US$ 26 bilhões. Os aportes são 14 vezes maiores que os realizados em 2007. Enquanto China e Índia desenvolveram o setor de energia eólica, o Brasil tenta manter o cenário de renovável às custas de grandes hidrelétricas e etanol.

"A matriz elétrica brasileira tem recebido a maior quantidade de energia nova a partir de térmicas fósseis, contrariando a tendência mundial de investimentos em energias renováveis apontada pelo relatório", comenta Ricardo Baitelo, coordenador da campanha de Renováveis do Greenpece Brasil.

"Mas há um forte movimento para mudar esse quadro. O encontro de energia eólica que reuniu os governadores nordestinos e o ministro de energia em meados de junho mostrou que tanto a iniciativa privada quanto o governo regional querem explorar o enorme potencial do Brasil para o desenvolvimento desse mercado", avalia.

O Greenpeace vem apresentando novos dados para promover o debate sobre uma matriz energética renovável e eficiente. A ONG publicou em maio o relatório A Caminho da Sustentabilidade Energética: como estruturar um mercado de renováveis no Brasil, o estudo aponta os obstáculos regulatórios que devem ser superados para que o país avance na expansão das energias limpas. Esse foi o segundo relatório sobre o tema lançado pelo Greenpeace. O primeiro, [R]evolução Energética, lançado em 2007, demonstra a viabilidade técnica e econômica para o Brasil construir uma matriz energética 88% renovável em 2050.

Fonte: GreenPeace

sábado, 12 de julho de 2008

Ano Internacional do Planeta Terra 2007-2009



O projeto do Ano Internacional do Planeta Terra - AIPT foi apresentado conjuntamente pela União Internacional de Ciências Geológicas – IUGS e a Organização para a Educação, Ciência e Cultura da ONU – Unesco, e proclamado pela Assembléia Geral das Nações Unidas, em sua reunião de dezembro de 2005 em Nova York, para acontecer em 2008, mas com atividades a serem desenvolvidas desde janeiro de 2007 até dezembro de 2009, sob a coordenação-geral daquelas duas instituições, em colaboração com outras organizações e integrantes da ONU e sociedades e grupos científicos de todo o mundo. A Assembléia ainda encorajou todos os Estados Membros do sistema das Nações Unidas a utilizarem o ANO para intensificarem a divulgação da importância das Ciências da Terra para o desenvolvimento sustentado e, nesse sentido, promoverem ações de caráter local, nacional, regional e internacional.
A idéia é tornar o AIPT a maior iniciativa jamais vista para a promoção das Geociências junto à sociedade em geral, e aos políticos, governantes, formadores de opinião e jovens cientistas em particular, sob o lema "Ciências da Terra para a Sociedade".
São dez os temas prioritários para pesquisa e divulgação do ANO, escolhidos pela sua relevância social, multidisciplinaridade e potencial de divulgação, e foram selecionados por um grupo de eminentes cientistas internacionais. Todos esses temas chamam a atenção para os seus benefícios e riscos para humanidade, se não tiverem sustentabilidade.
O Ano Internacional do Planeta Terra pretende, assim, contribuir para a melhoria do dia-a-dia das populações, especialmente nos países menos desenvolvidos, promovendo, ademais, o potencial social dos geocientistas de todo o mundo.
O Brasil foi um dos primeiros países a aderir à iniciativa do AIPT, entre os 97 que a apoiaram inicialmente, e já tem atividades a ele relacionadas desde 25 de janeiro deste ano de 2007, com o lançamento público do ANO em São Paulo, na Estação Ciência da USP, durante a inauguração da Exposição sobre a "Terra", com a presença do Secretário Executivo da Organização Internacional e idealizador da iniciativa, Eduardo de Mulder, ex-Presidente da IUGS.
Em novembro de 2006 foi criado o Comitê Nacional para o AIPT, que é presidido pela Academia Brasileira de Ciências, na pessoa do acadêmico Diogenes de Almeida Campos, e conta com representantes das principais organizações e instituições das áreas governamentais e não governamentais, e associações e sociedades geocientíficas do País.
Homenagem á nosso Planeta Terra

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Especial: Inversão Térmica

A inversão térmica é um fenômeno meteorológico facilmente visto a olho nu nas grandes cidades como São Paulo ou Nova York, principalmente no inverno. É aquele facho de luz cinza alaranjado que divide o céu um pouco antes de anoitecer.

Para entender o fenômeno é preciso ter em mente o seguinte: o ar quente, menos denso e mais leve, tende a subir e o ar frio, mais denso e pesado, tende a descer.

Durante a maioria dos dias, o movimento do ar na atmosfera é vertical e linear. O ar quente, fruto da ação dos raios solares no solo, sobe para dar lugar ao ar frio. Nesse movimento, os poluentes, que são mais quentes e menos densos que o ar, sobem ainda mais e se dispersam.

Para que ocorra a inversão térmica é preciso alguns fatores específicos como baixa umidade do ar (comum nos invernos paulistanos, por exemplo). O fenômeno pode ocorrer em qualquer época do ano, mas fica mais intenso nas épocas de noites longas, com baixas temperaturas e pouco vento.

Mas o que efetivamente acontece com a inversão térmica?

Quando chega o final da tarde de um dia de inverno em São Paulo, os raios solares tornam-se mais difusos e frágeis, assim o solo da cidade se resfria rapidamente. E conseqüentemente, o ar próximo do solo se resfria rapidamente. Aquele ar quente que ainda está na atmosfera continua a subir, mas o ar frio próximo ao solo, por ser mais denso e pesado, fica parado. Assim a temperatura cai ainda mais e os poluentes, que normalmente são "levados" pelo ar quente, acabam retidos na camada mais baixa da atmosfera.




Conseqüências funestas


Quando ocorre a inversão térmica, os poluentes, que normalmente iriam se dispersar acompanhando o ar quente liberado na terra, ficam presos. A faixa cinza alaranjada é a conseqüência visível do fenômeno.

É comum nos invernos paulistanos vários moradores apresentarem problemas de saúde, afinal a poluição atmosférica torna-se mais intensa. Entre os efeitos dos poluentes, é constatado que o monóxido de carbono, que sai dos escapamentos dos veículos, causa disfunções do miocárdio; o dióxido de enxofre, problemas respiratórios. Além desses dois poluentes, várias partículas inaláveis prejudicam a circulação vascular do corpo humano, ampliando as chances, por exemplo, de aumento da pressão arterial.

Estudos da Universidade de São Paulo estimam que cerca de oito pessoas morrem por dia na região metropolitana de São Paulo por causa de conseqüências indiretas da poluição atmosférica.

Para diminuir o impacto da poluição, São Paulo adota, desde 1997, o rodízio de carros, eliminando boa parte da frota durante o horário de rush. Além disso, a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) tem controlado a qualidade do ar em São Paulo com atenção especial para os dias de inverno. Em 2006, 32% dos dias entre maio e setembro foram desfavoráveis para a dispersão dos poluentes. A porcentagem foi a maior detectada desde 2001.

Fonte: HowStuffWorks

quarta-feira, 9 de julho de 2008

O FUTURO DA HUMANIDADE

Futuramente estaremos expostos a uma severa escassez de água, estaremos expostos à fome, à seca, à degradação e à salinização do solo. O aquecimento global e o fator responsável de todos esses problemas. Gases poluentes como CO2 e O2 são lançados na atmosfera em excesso, não liberando os raios solares (transformando em raios UVA ultravioleta dentro do planeta) para fora do planeta, apenas 30% desses raios são evacuados e 70% ficam na órbita aquecendo ainda mais o planeta.
A cada dia a temperatura na Terra tende a aumentar, como de fato tem aumentado entre os anos de1988 a 2005.
A cada dia as geleiras nos árticos estão se derretendo e se desprendendo, formando grandes calotas polares (água doce) que em contato com o mar (água salgada) ocorre a dessalinização, ou seja, o mar,se mistura com os "icebergs" derretidos e a água doce tira o sal do mar,esse fenômeno faz com que o nível do mar aumente e as cidades de baixos níveis ficarão submersas.
Além dos seres humanos estarem correndo riscos, temos também os animais que estão indefesos, como os ursos polares focas leões marinhos e os pingüins. Muitos estão morrendo por causa dos pólos estarem derretendo. Os animais ficam sem abrigos, sem comidas, chegam a ficar no meio do mar sem nenhum apoio, alguns se salvam nadando quilômetros, enquanto outros morrem afogados.
Entre o outono e o inverno é a época de estiagem, quando a umidade do ar diminui, as matas, plantações e folhagens ficam mais secas e ocorrem muitas queimadas. Em vez de muitos limparem suas plantações, campos e terrenos; preferem fazer queimadas poluindo a camada de ozônio e contribuindo com o aquecimento global,liberando excesso de dióxido de carbono.Essa poluição traz sérios problemas ambientais e nos seres humanos provocando asma, bronquite, renite,sinusite e entre outros.Podemos combater esses problemas, mas há '"muitas pessoas " ambiciosas, hipócritas e egocêntricas, que se tornam o obstáculo da solução.
As geleiras que derretem e causam uma catástrofe, os animais que pelo homem inconscientemente estão sendo mortos e extinguidos, e com as queimadas, por arrogância do homem, são liberados muitos CO2 na atmosfera e não são liberados para o espaço. Podemos concluir que todos esses problemas apresentados são conseqüência do homem e se liberarmos menos CO2 e O2 na atmosfera podemos evitar muitas catástrofes e as nossas futuras gerações não terão de pagar pelos nossos erros.

terça-feira, 8 de julho de 2008

Minc recebe proposta para implementação do Desmatamento Zero

Brasília (DF), Brasil — Sociedade civil apresenta agenda com 10 pontos prioritários para proteger a maior floresta tropical do mundo.

O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, recebeu nesta terça-feira, da sociedade civil organizada, uma agenda com 10 pontos prioritários para a implementação do Pacto pela Valorização da Floresta e pelo Fim do Desmatamento na Amazônia brasileira, lançado em outubro de 2007. Segundo o documento, elaborado pelas nove ONGs propositoras da iniciativa, o Pacto precisa ser adotado pelo governo federal como ferramenta para sua estratégia de combate ao desmatamento e também como parte fundamental da Política Nacional de Mudanças Climáticas, incluindo o estabelecimento de metas de redução de desmatamento.

A proposta da sociedade civil é uma iniciativa inédita para estabelecer um amplo compromisso entre vários setores do governo brasileiro e da sociedade sobre medidas necessárias e urgentes para assegurar a conservação da floresta amazônica, devido à sua importância na manutenção do equilíbrio climático, conservação da biodiversidade e preservação do modo de vida de milhões de pessoas que dependem da floresta para sobreviver.

Dentre os pontos prioritários apresentados pelas ONGs hoje, destacam-se:

- A priorização da estruturação dos sistemas de cadastramento ambiental e fundiário;

- A adoção do Pacto para Valorização da Floresta e pelo fim do Desmatamento na Amazônia brasileira como ferramenta de governo na elaboração do Plano Nacional de Mudanças Climáticas com enfoque especial para a Amazônia, incluindo o estabelecimento de metas de redução de desmatamento conforme proposto pelo Pacto, e o resgate de propostas de emendas ao orçamento da União que asseguram os recursos (R$ 1 bilhão/ano) necessários à implementação do pacto;

- O estabelecimento de um processo participativo de discussão para implementação do Fundo relativo à redução dos desmatamentos.

Fonte: GreenPeace

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Desafios do G8: metas contra emissões e soluções para crise alimentar

Hokkaido (Japão) e São Paulo (Brasil), Internacional — Países ricos são protagonistas do encontro, mas Brasil é nação chave nas negociações sobre mudanças climáticas.

Os líderes dos países mais ricos do mundo, os chamados G8, se reunirão nesta semana, de 7 a 9 de julho, em Hokkaido, no Japão, para discutir assuntos de interesse global, como mudanças climáticas e segurança alimentar. O Greenpeace acompanhará o encontro para cobrar que o G8 se comprometa com metas obrigatórias de redução das emissões de gases de feito estufa, além de adotar medidas efetivas para atacar as causas da crise alimentar global.

A mudança climática, grande ameaça para humanidade hoje, tem sido causada principalmente pelos países do G8 (Estados Unidos, Japão, Alemanha, França, Reino Unido, Itália, Canadá e Rússia). Eles são responsáveis por mais de 80% das emissões globais de gases de efeito estufa. Apesar de representarem somente 13% da população mundial, emitem mais de 40% do percentual global de CO2.

O G8 tem que se comprometer a reduzir as emissões em 30% até 2020 e de 80% a 90% até 2050 – em relação aos níveis de 1990.

"Adotar metas obrigatórias de redução de emissões e investir em uma revolução energética baseada em soluções reais – investindo em energias renováveis e eficiência energética -, significa uma resposta do G8 aos gigantescos preços do petróleo e o início de uma política global efetiva contra as mudanças climáticas", afirmou Daniel Mittler, especialista em política do Greenpeace Internacional.

O Greenpeace está pressionando o G8 para que:

* que os países industrializados se comprometam a cortar as suas emissões em pelo menos 30% em 2020 e de 80% a 90% em 2050 – em relação aos níveis de 1990;

* as emissões globais comecem a ser reduzidas em 2015 e cheguem a mais de 50% em 2050 (em comparação a 1990);

* mantenham o aumento médio da temperatura global abaixo dos 2˚C (em comparação aos níveis pré-industriais);

* haja um empenho unilateral do Japão em reduzir suas emissões em 40% em 2020, já que ele é o país-sede da reunião neste ano;

* reconheçam que a proteção das florestas intactas é crucial para a preservação da biodiversidade e para o combate às alterações climáticas.

O Greenpeace também vai cobrar do G8 providências para resolver as causas fundamentais da crise alimentar mundial. O primeiro passo é substituir a agricultura intensiva por sistemas ecológicos que valorizem a biodiversidade, o que significa intensificar a luta contra os trangênicos. As falsas promessas da engenharia genética são uma ameaça para a segurança alimentar, e não a solução para a crise.

"'O G8 deve transferir para os países mais pobres investimentos em tecnologias que proporcionem rendimentos mais elevados, qualidade na alimentação e maior resistência aos efeitos das mudanças climáticas. Se continuarmos a sujar nosso solo, contaminar a nossa água com produtos químicos tóxicos e cultivar sementes geneticamente modificadas, não vamos resolver a atual crise alimentar", afirmou Jan van Aken, especialista em agricultura do Greenpeace Internacional.

As medidas sobre segurança alimentar que devem ser tomadas são:

* aumentar os investimentos públicos em pesquisas e desenvolvimento de temas relacionados a alterações climáticas e ecológicas;

* eliminar os financiamentos de culturas geneticamente modificadas e proibir as patentes de sementes;

* eliminar progressivamente a maioria dos produtos químicos tóxicos usada na agricultura;

* eliminar os subsídios agrícolas ecologicamente destrutivos;

* incentivar à produção alimentar interna e derrubar as metas obrigatórias para aumentar a proporção de biocombustíveis nos transportes.

O Brasil e o G5

Os países ricos podem ser os protagonistas do evento, mas o Brasil, ao lado de China, Índia, México e África do Sul, é uma nação-chave nas negociações internacionais sobre mudanças climáticas e tem um papel estratégico na reunião do G8 por também ser um grande emissor – o 4° do mundo.

"O presidente Lula declarou-se a favor de metas para os países desenvolvidos. Essa só será uma boa notícia caso países como o Brasil passem do discurso à prática e implementem planos nacionais e metas – ainda que nacionais – de maneira transparente e efetiva. O plano brasileiro deveria estar pronto em abril e agora está prometido para setembro. Nós exigimos um compromisso real do governo brasileiro pois não temos tempo a perder", disse Luis Henrique Piva, coordenador da campanha de clima do Greenpeace Brasil.

As discussões sobre agrocombustíveis como uma das soluções para reduzir a emissão de gases do efeito estufa interessam muito ao Brasil – de acordo com o IPCC, a tecnologia deverá responder por 3% a 10% da matriz do setor de transporte em 2030.

"O Greenpeace apóia o desenvolvimento de fontes de energia alternativas e amigáveis do ponto de vista climático, desde que incorporem critérios rigorosos para assegurar salvaguardas ambientais e sociais", explicou Piva.

"Há outras maneiras muito mais efetivas de se reduzir as emissões, como o uso de fontes renováveis."

O Greenpeace não acredita que o Brasil deve se tornar uma 'Arábia Saudita Verde', conforme vem sendo promovido pelo governo federal e nos discursos do presidente Lula fora do país. Diversas experiências ao redor do mundo mostram que as atuais fontes de agrocombustíveis não têm critérios apropriados do ponto de vista social e ambiental.

Outro tema que deve atingir o governo brasileiro é a geração de energia nuclear.

No cenário brasileiro de abundância de recursos renováveis, investir em geração nuclear é um desperdício inaceitável de recursos públicos, além de risco desnecessário para a sociedade.

"O anúncio de que o governo brasileiro pretende construir 8 usinas nucleares, além de Angra 3, não se sustenta do ponto de vista energético ou de combate ao aquecimento global. Da maneira como está sendo apresentada, a proposta é também uma afronta à Constituição Federal, que delega claramente ao Congresso Nacional o poder de discutir e aprovar a construção de usinas nucleares em território nacional. Investir em energia nuclear não é o caminho da sustentabilidade energética brasileira", afirma Receba Lerer, coordenadora da campanha de energia.

Fonte: GreenPeace

sábado, 5 de julho de 2008

Especial: Temperatura Global

Nos últimos cem anos, a Terra ficou 0,7º C mais quente. Parece pouco, mas esse aquecimento já está alterando o clima em todo o planeta, causando derretimento de geleiras, elevação do nível do mar, furacões mais intensos, enchentes e secas cada vez mais fortes. Caso medidas drásticas não sejam tomadas para controlar o aquecimento global, o planeta enfrentará tempos muito difíceis. A temperatura irá aumentar mais que 2º C acima dos níveis pré-industriais, com riscos de extinção em massa, colapso dos ecossistemas, falta de alimentos, escassez de água e grandes prejuízos econômicos.
Este é certamente um dos temas mais discutidos pelos povos nos últimos tempos. As mudanças climáticas são analisadas tanto pelos seus conhecedores naturais, a gente simples do campo, como por renomados cientistas em todo o mundo. De fato, bem poucas pessoas hoje em dia ainda diriam não se terem surpreendido alguma vez com as mudanças do clima, tenham sido elas bruscas ou espaçadas no tempo. Infelizmente, quase ninguém tomou isso como um sinal claro das transformações por que passa a Terra em nossa época.
Sob qualquer prisma que se observe, as condições climáticas apresentam grandes extremos de variação no século XX. O registro das onze temperaturas mais altas observadas em dez diferentes regiões do planeta, da África ao Pólo Sul, mostram que dois recordes absolutos aconteceram em fins do século passado; os outros nove recordes ocorreram no nosso século. Já o registro das mais baixas temperaturas, monitoradas em onze diferentes regiões do planeta, indicam que todos os recordes ocorreram no nosso século.
A Organização Meteorológica Mundial e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente patrocinaram, em 1988, um evento científico de âmbito mundial denominado "Painel Intergovernamental sobre a Mudança Climática" (IPCC), que reuniu 2.500 pesquisadores de todo o mundo. Foram apresentados mais de dois mil trabalhos científicos que, analisados e resumidos, deram origem a dois volumosos relatórios, publicados em fins de 1992. Abaixo, as principais conclusões desses cientistas sobre as mudanças climáticas e sua confrontação com alguns fenômenos observados ultimamente:
1. Tem-se produzido um aumento real, ainda que irregular, da temperatura na superfície do planeta desde o final do século XIX.
2. Tem havido um sensível retrocesso, ainda que irregular, da maioria das geleiras de montanha no mesmo período.
3. A precipitação pluviométrica tem variado enormemente na África subsaariana em escalas de tempo decenais.
4. Durante o último século, a precipitação aumentou progressivamente na ex-União Soviética.
5. Desde 1950 vem-se observando nos Estados Unidos um aumento constante de várias unidades percentuais na nebulosidade.
As conclusões a respeito das causas disso são muito restritas. De uma maneira geral atribuem eles esse aquecimento global apenas ao efeito estufa, supostamente causado em sua maior parte pela ação do homem na natureza.
O ser humano é, de fato, pródigo em poluir o meio ambiente e destruir a natureza. Contudo, as alterações climáticas que ora presenciamos e que nos próximos anos aumentarão ainda mais têm uma causa muito mais profunda, além do efeito imediato da ação nociva do ser humano na natureza.
A humanidade recebe de volta na época de hoje, de forma condensada, o retorno de tudo quanto ela gerou de destruição ao longo de milênios. Também os crimes contra a natureza perpetrados no passado não lhe ficaram impunes. Estes retornam agora ao ponto de partida, seja para um povo, uma comunidade ou uma pessoa. Serão atingidos na forma e na intensidade correspondentes à sua parcela de contribuição no crime praticado outrora. Não importa a época ou o local. Aquilo que até hoje ainda não havia sido remido, retorna inexoravelmente ao ponto do qual se originou.
Assim, o aquecimento das águas do Oceano Pacífico, fenômeno conhecido como "El Niño" e observado pela primeira vez no século XVIII, provoca alterações climáticas em escala mundial. Secas severíssimas em certas regiões e inundações devastadoras em outras.
Só com muita imaginação poder-se-ia atribuir à ação humana esse aquecimento localizado das águas do Oceano Pacífico. Um aquecimento cujas principais conseqüências são as seguintes: alteração da vida marinha na costa oeste dos EUA, Canadá e litoral do Peru; aumento de chuvas no sul da América do Sul e sudoeste dos EUA; secas no Nordeste brasileiro, centro da África, Sudeste Asiático e América Central; tempestades tropicais no centro do Pacífico. Estima-se que o El Niño ocorrido nos anos de 1982 e 1983 tenha sido responsável por cerca de duas mil mortes no mundo e prejuízos da ordem de US$ 13 bilhões.
Já se tentou estabelecer que o El Niño aconteceria em ciclos determinados de tempo. Alguns falaram em um ciclo de sete anos, outros de cinco e até de três anos. Todas essas conjecturas porém caíram por terra a partir de 1990, quando o El Niño passou a ocorrer todos os anos.
Alguns cientistas ainda têm a esperança de que o El Niño não tenha vindo para ficar. Jerry Bell, meteorologista do Centro de Análises Climáticas do National Weather Service dos EUA, é um deles: "Se acontecesse, seria uma catástrofe, já que haveria alterações no clima e na temperatura do mundo todo." Pelo sim pelo não, desde o final dos anos 80 uma rede de 69 bóias espalhadas pelo Pacífico, batizadas de TAO (Tropical Array Ocean), registra diariamente a temperatura do oceano…
Talvez seja útil descrever aqui com mais detalhes os efeitos do El Niño de 1982-1983.
"Em fins de setembro de 1982, a temperatura da superfície do mar aumentou 4°C em 24 horas no litoral do Peru, próximo à cidade de Paita." [Obs.: Nessas 24 horas a temperatura passou de 16°C para 20°C, três semanas depois a temperatura estava em 22°C e após dois meses alcançou 24°C.]
Em 1995 o El Niño finalmente deixou de atuar, e os cientistas começaram a ficar preocupados com a ocorrência de uma causa inversa da que origina o El Niño: o resfriamento das águas do oceano Pacífico na linha equatorial. Esta situação já havia sido observada em outras ocasiões e recebeu o nome não muito original de "La Niña". A grande estiagem que atingiu o sul do continente americano naquela época foi atribuída a esse fenômeno. No Brasil, o Estado do Rio Grande do Sul enfrentou na ocasião a pior seca dos últimos nove anos, enquanto que na Argentina a temperatura oscilou em torno dos 40ºC.
A perplexidade em relação a esses recordes sucessivos durou apenas até o inverno de 1997, quando a cidade de São Paulo registrou 34 graus. No início de setembro, a umidade na capital paulista baixou para 15%, valor considerado crítico pela Organização Mundial da Saúde. O mês de janeiro de 1998 foi o mais quente dos últimos 42 anos na capital paulista.
Por desconhecer as causas profundas das alterações climáticas em nossa época, os cientistas procuram a todo custo descobrir as causas imediatas, que para eles são as únicas que entram em consideração. Mas mesmo em relação a estas eles não entram num acordo. Não há um consenso, por exemplo, entre as causas imediatas das enchentes e inundações que atingiram a Europa em janeiro de 1995. Alguns cientistas acham que elas foram provocadas pelo El Niño; outros, pelo efeito estufa...Em março de 1997 as águas do Pacífico próximas à costa peruana começaram a esquentar novamente. Desmentindo a fama de só aparecer nos finais de ano, o El Niño de 1997 apresentava, já no mês de abril, uma massa de água aquecida de 14 milhões de quilômetros quadrados. Pouco tempo depois, as fotos de satélite mostravam uma ferida vermelha de 10 mil quilômetros de extensão por 2 mil de largura, com uma profundidade estimada de 300 metros. Era o maior El Niño já visto até então...
Em setembro de 1997, o El Niño dava início à maior seca já registrada no sudeste asiático em 50 anos. Na Austrália, em dezembro daquele ano, a seca ajudava a manter 400 focos simultâneos de incêndio no país.

No início de 1998 já se debitava na conta do fenômeno alguns números significativos:

  • A maior inundação em 40 anos a atingir a Etiópia, Quênia e Somália provocava a morte de 2 mil pessoas (número igual ao provocado em todo o mundo pelo El Niño de 82/83) e deixava cerca de 800 mil desabrigados.
  • Secas severíssimas atingiram a Indonésia (que ficou encoberta pela fumaça dos incêndios florestais), China (a maior em 50 anos), Filipinas e Papua- Nova Guiné (também a maior em 50 anos, com saldo preliminar de 70 mortes).
  • O Chile sofreu as maiores tempestades de chuva e neve dos últimos cem anos, e a maior parte do território foi declarada "zona de catástrofe". Choveu até no deserto de Atacama, a região mais seca do mundo (índice pluviométrico anual menor que 0,1 mm). Na capital, Santiago, choveu num dia o volume pluviométrico esperado para todo o ano. Pelo menos 20 pessoas morreram e 51 mil casas foram destruídas no país.
  • O Equador registrava em fevereiro 188 mortes e cerca de 16 mil desabrigados por conta de chuvas torrenciais. Um relatório da FAO ressaltava que o país havia sofrido "graves danos nas culturas de café, cacau, banana, cana-de-açúcar e nas criações de camarão."
  • Em março, o Peru já contabilizava 200 mortes e 260 mil desabrigados por conta das inundações. Cerca de 50 mil hectares de plantações estavam perdidas, e aproximadamente 20 mil casas haviam sido destruídas
  • O prefeito de Assunção, capital do Paraguai, declarou estado de emergência na cidade em razão das chuvas intensas; em março havia 20 mil desabrigados.
  • No Brasil, o estado do Amazonas experimentava a maior estiagem em 34 anos, e os lagos antes piscosos da região eram apenas manchas de água quente amarelada; o Rio Negro estava 25 metros abaixo do nível normal e no rio Andirá surgiu uma ilha desconhecida. Em Roraima, o governador decretou estado de calamidade pública por tempo indeterminado em razão da maior seca dos últimos 15 anos; na capital, Boa Vista, um lago natural com 100 milhões de litros de água secou inteiramente. O Rio de Janeiro registrava 42 graus em pleno inverno (a mais alta temperatura desde 1922), Porto Alegre 33,3 graus (a maior marca desde 1955) e Teresina também 42 graus (temperatura mais elevada desde 1957). Ainda no Rio de Janeiro, as ressacas do mar eliminaram longas faixas de areia das praias e destruíram calçamentos, e a ponte Rio-Niterói foi literalmente balançada por um vento de 124 km/h.
  • No Oriente Médio nevou. Jerusalém ficou coberta com uma camada de 50 cm de neve, e podia-se ver flocos de neve sobre as folhas das palmeiras.
  • Na Argentina, 5 milhões de hectares de terras ficaram sob as águas, conseqüência de inundações gigantescas.

O El Niño também foi responsabilizado pelas intensidades excepcionais do tufão Winnie, que matou 200 pessoas nas Filipinas, China e Taiwan, e do furacão Pauline, que deixou 450 mortos no México. Vários países da Europa foram atingidos simultaneamente por tempestades violentíssimas, em particular a França, a Inglaterra e a Espanha. Em determinadas localidades costeiras da França, o serviço de meteorologia chegou a prever ondas de 10 metros de altura e rajadas de vento de 180 km/h.
Ainda em janeiro de 1998, cerca de 4 milhões de canadenses e norte-americanos ficaram sem energia elétrica por conta das maiores tempestades de neve e granizo já vistas naquela região do planeta. Pelo menos 17 pessoas morreram. O apresentador de um canal de TV canadense declarou o seguinte durante a cobertura da tragédia: "Não sabemos se as velas que estamos comprando vão servir para iluminar nossas casas ou para dedicar aos santos, para que termine o pesadelo." O Departamento de Seguros do Canadá informava que a tormenta poderia se transformar no desastre natural mais caro da história da indústria, com prejuízos da ordem de US$ 350 milhões.
Apesar de vários institutos meteorológicos americanos confirmarem que aquelas haviam sido as piores tormentas já registradas na região, o apaziguante Serviço de Meteorologia dos Estados Unidos garantia que se tratava apenas de uma "anormalidade normal". Vê-se que o contingente de apaziguadores não perde nenhuma oportunidade para manter a humanidade afundada no seu sono de chumbo...
A humanidade de hoje assemelha-se a uma folha seca na tempestade. Completamente dissociada da natureza, contando apenas com as limitadas capacitações do seu intelecto restrito, ela procura desesperadamente entender o que ocorre à sua volta. Quer em tudo encontrar apenas uma causa física definida, palpável e visível, para, pelo menos, tentar prever novos acontecimentos.
Secas inclementes também se estendem por toda a parte. Atualmente, mais de 230 milhões de pessoas de onze países da África e nove do Oriente Médio já sofrem com secas permanentes, enquanto que a situação vai se complicando no México, Hungria, Índia, China, Tailândia e Estados Unidos. Em junho de 1995 cerca de 300 mil cabeças de gado já haviam morrido de sede no México, na pior estiagem registrada em décadas no país. Na China, os lençóis freáticos da capital, Pequim, diminuem dois metros por ano, e um terço dos poços já secaram; em todo o país 80 milhões de pessoas caminham pelo menos um quilômetro para encontrar fontes de água… Uma longa faixa do litoral da Califórnia vive já há anos racionando água.
Pesquisadores da Universidade de East Anglia alertaram que o sul da África está na iminência de enfrentar uma catástrofe sem precedentes, algo como uma seca de cem anos. "O aquecimento global já está atuando na região e hoje deve ser visto com um fato e não uma especulação", advertem. O Dr. Mike Hulme foi categórico: "Agora, em vez de ter de provar que uma mudança climática está acontecendo, os céticos têm de provar que ela não está ocorrendo." De fato, a Convenção das Nações Unidas contra a Desertificação estima que o fenômeno já atinge 30% da superfície terrestre, ameaçando a subsistência de um bilhão de pessoas em cem países.
Em outubro de 1997, uma centena de representantes de países reuniram-se em Roma na "Convenção das Nações Unidas de Luta Contra a Desertificação". De acordo com os dados apresentados, as secas foram a causa de 74 mil mortes no ano de 1996...
Mas voltemos às demais conclusões do IPCC sobre as mudanças climáticas, às quais complementei com informações sobre alguns fenômenos que têm sido observados ultimamente. No capítulo referente às variações observadas, pode-se ler as seguintes passagens, bastante elucidativas:
6. As análises indicam que durante a última década as médias mundiais das temperaturas sobre o solo têm sido maiores do que nas restantes décadas, durante os últimos 100 a 140 anos.
7. Desde a segunda metade do século XIX produziu-se uma redução substancial, ainda que descontínua, das geleiras de montanhas em nível praticamente mundial. 8. Considera-se que a seca norte-americana de 1988 foi, em parte, uma resposta às persistentes anomalias positivas tropicais da temperatura marítima superficial a oeste do México, assim como às anomalias de resfriamento na parte norte. (…) Essas anomalias da temperatura marítima superficial podem ser conseqüência de uma causa em escala muito maior [grifo meu].
Para poderem levantar um gráfico com essas anomalias de temperatura, os cientistas se valeram de um número enorme de dados coletados. Uns utilizaram dados referentes a 60 milhões de observações ao longo dos anos; outros, de até 80 milhões de observações.

O gráfico a seguir, originado de todos esses dados, mostra o nível de variação das temperaturas médias globais do ar sobre o solo combinadas com as do ar sobre a superfície do mar, desde o final do século passado até o ano de 1990 (a indicação de nível zero é apenas uma convenção):



É muito nítida a tendência de aumento contínuo da temperatura ao longo dos anos a partir de 1910. O aumento verificado até agora da temperatura média do planeta pode parecer pouco, mas os cientistas sabem que o acréscimo de apenas um grau na temperatura média anual pode significar verões tórridos, invernos enregelantes, chuvas diluvianas e colheitas inteiras perdidas. Se a temperatura média mundial subisse 5ºC teríamos o planeta mais quente dos últimos 100 mil anos. De acordo com uma matéria veiculada pela CNN em outubro de 1997, os últimos 15 anos foram os mais quentes desde o século XIV. Por outro lado, acredita-se que durante a última era glacial a temperatura média global era apenas 5ºC mais baixa que a atual. Em relação aos oceanos, supõe-se que se a temperatura média subir 3ºC o número de ciclones duplicará.
Durante o inverno de 1985 na Europa, que foi particularmente intenso, onde parecia que todo o continente estava coberto por uma única placa de gelo, alguns entendidos opinaram que aquilo era um sinal de que uma "nova era glacial" estava a caminho. A Finlândia registrava na época a incrível marca de 50,7ºC negativos, a maior baixa do século no continente até então.
As últimas décadas forneceram recordes sucessivos de temperaturas, tanto baixas como altas.
O ano de 1981 foi considerado o mais quente dos últimos cem anos, mas 1983 foi mais quente que 1981 e 1987 foi mais quente que 1983. Então chegou o ano de 1988...
Em 1988, os Estados Unidos registraram a maior seca desde 1930. No sul do país o calor não deixava o algodão crescer, enquanto que no meio-oeste a seca matava o trigo, o milho, o sorgo e a soja. O rio Mississipi ficou com o nível de água tão baixo que milhares de barcaças encalharam, e surgiram muitas antigas embarcações que haviam afundado. No dia 23 de junho, a temperatura no centro de Washington era de 43ºC. Em 30 de agosto, o The Wall Street Journal informava que no Estado de Iowa algumas cidadezinhas simplesmente "fecharam" por causa do calor. No final do ano, ao invés de escolher um "Homem do Ano", a revista Time escolheu a Terra como o "Planeta do Ano".
O inverno de 1996, por sua vez, trouxe recordes de baixas temperaturas na Europa e nos Estados Unidos. Qual foi a explicação dessa vez? Uma "pequena era glacial de vinte anos estaria a caminho", esclareceu um cientista americano.
Naquele ano a onda de frio foi a pior dos últimos trinta anos. Contabilizou-se pelo menos 278 mortes nos Estados Unidos e 262 na Europa. No Estado americano de Minnesota a temperatura chegou a 51,1°C negativos, que, aliada aos ventos, provocou um nível de sensação térmica de inconcebíveis 62°C negativos. A costa atlântica do país foi atingida por uma das maiores nevasca já registradas; foram vistos flocos de neve até em algumas localidades da Flórida. Nada menos que 25 Estados americanos registraram recordes absolutos de baixas temperaturas. (Obs.: A nevasca de março de 1993 foi mais trágica em relação ao número de vítimas: 500 mortos.) A Romênia viu os termômetros caírem até 37°C negativos. O lago onde fica situada a cidade italiana de Veneza congelou. Na costa croata do Adriático, região de clima ameno, as palmeiras da avenida beira-mar da cidade de Split ficaram cobertas de neve. Em Bonn, Alemanha, os coveiros tiveram de usar britadeiras para abrir sepulturas sob uma temperatura de 25°C negativos... No final do ano, 59 pessoas haviam morrido de frio no México — um país tropical — vítimas de temperaturas de até 10°C negativos.
Ainda mais impressionante que o intenso frio localizado de 1996, foi a elevação das temperaturas em todo o mundo de uma maneira geral na década de 90 e os efeitos decorrentes, suplantando em muito os decorrentes dos tórridos anos do final da década de 80. O ano de 1990 fora considerado (até então) simplesmente como "o ano mais quente já registrado". Em março daquele ano, por exemplo, a temperatura média em toda a Sibéria foi de inéditos e inexplicáveis 10 graus acima de qualquer valor já registrado na região durante aquele mês.
Em 12 de janeiro de 1995, a Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera, órgão do Serviço Nacional de Temperatura dos EUA, divulgou o seu relatório anual sobre o clima. Nele se demonstrava que as temperaturas globais observadas entre março e dezembro de 1994 haviam sido as mais altas registradas desde 1951. Meteorologistas do Centro Hadley também confirmaram que 1994 era o "ano mais quente já registrado", retirando o título de 1990. Em junho de 1994 pelo menos 350 pessoas morreram na Índia, 168 em dois dias, vítimas de uma onda de calor que chegou a atingir 49°C, a mais alta temperatura dos últimos 102 anos. Muitos animais morreram, poços secaram e as redes telefônica e elétrica ficaram danificadas.
O recorde absoluto de alta temperatura mundial em 1994 durou apenas até o ano seguinte, findo o qual se constatou que a temperatura média global de 1995 havia sido ainda mais alta, novamente "a maior já registrada" desde que se começou a fazer esse tipo de levantamento, em 1861. Em 1995, mais de 550 pessoas morreram na Índia, vítimas de uma outra onda de calor, uma das mais longas que já atingiram o país.
O ano de 1995 conseguiu manter seu recorde escaldante somente até 1997, que angariou para si o epíteto de "ano mais quente já registrado". Este fato não impediu que a Ucrânia registrasse o frio recorde de 35 graus negativos, que Moscou experimentasse 28,8 graus negativos (a temperatura mais baixa em cem anos), que 50 pessoas morressem de frio na Europa e que uma nevasca atingisse o México (a primeira de que se tem notícia) e causasse a morte de 20 pessoas, deixando Guadalajara sob uma capa de 40 cm de neve e fazendo a temperatura cair para 24 graus negativos em algumas regiões. Pode-se imaginar o sofrimento e perplexidade dos mexicanos ao enfrentar um frio desta magnitude, eles que sempre só contavam com os seus sombreros para protegê-los do Sol.
Mas já em 1995 as oscilações climáticas haviam sido absolutamente inusitadas, tanto no tempo como no espaço. Enquanto o Brasil experimentava em agosto um dos invernos mais quentes de que já se teve notícia (incluindo-se as regiões Sul e Sudeste), o frio matava 14 pessoas no nosso vizinho do sul, a Argentina. Em Mar del Plata nevava pela segunda vez em 50 anos. O Chile experimentava o inverno mais rigoroso dos últimos 40 anos (28 graus negativos em algumas regiões).
Nos Estados Unidos, 752 pessoas morreram de hipertermia até meados de julho de 1995, vítimas da maior onda de calor do século. O calor esteve associado a níveis elevadíssimos de umidade, o que agiu dificultando a transpiração e potencializando os efeitos danosos do calor sobre o corpo. Em Chicago, considerada uma das cidades mais frias do país, a temperatura variou de 40ºC a 50ºC e a umidade ficou em torno de 90%, um índice comparável ao das regiões amazônicas, onde chove todos os dias. Além disso, no que foi chamado de "uma estranha situação atmosférica", uma frente quente estacionada ao norte da cidade barrou os ventos que comumente sopravam dos lagos da região naquela época do ano, amenizando o calor. Centenas de pessoas morreram em Chicago, vítimas das altas temperaturas. O Dr. Edmund Donoghue, médico que atendeu muitas das vítimas, comentou na época: "Nunca vi algo assim em toda a minha vida; não paramos de receber corpos para autópsia."
Além dos Estados Unidos, a terrível onda de calor global de 1995 castigou também a Europa, Índia e alguns países asiáticos. O Instituto de Meteorologia de Londres afirmou que essa onda de calor mundial foi a responsável pelas enchentes na China, que mataram mais de mil pessoas. Na Espanha a onda de calor matou pelo menos 33 pessoas; na França morreram três pessoas em Paris, onde a temperatura atingiu a inacreditável marca de 44,4ºC; em Portugal, o forte calor provocou incêndios que destruíram milhares de hectares de vegetação; na Grécia, grandes incêndios causados pelo calor forçaram a evacuação de centenas de pessoas das localidades ameaçadas; no Reino Unido morreram cinco pessoas numa semana; no Japão também morreram cinco pessoas em decorrência da "maior onda de calor em mais de cem anos."
Poucos meses depois desses acontecimentos, em dezembro de 1995, pelo menos 15 pessoas morriam em conseqüência de uma fortíssima onda de frio que tomou conta dos Estados Unidos. Em Nova York a temperatura chegou naquele mês a 35 graus negativos, enquanto que a até então pior nevasca dos últimos 70 anos deixava paralisadas grandes extensões da costa leste. No início de 1996, 25 dos 50 Estados norte-americanos registravam recordes de frio. Em Wisconsin, a temperatura chegou a 31 graus centígrados negativos, a mais baixa dos últimos 103 anos.
No Reino Unido a situação de alternância de temperaturas extremas também se repetiu. Cinco pessoas morreram em agosto de 1995, vítimas do calor. Quatro meses depois doze pessoas morreram em virtude do frio intenso. Em Glascow, na Escócia, a temperatura atingiu 18 graus negativos, a mais baixa dos últimos 55 anos…
Após o anúncio de que 1997 fora "o ano mais quente até hoje registrado", uma onda de frio intenso atingiu Bangladesh, matando pelo menos 85 pessoas.


O gráfico a seguir mostra a variação do nível médio do mar durante os últimos cem anos (a indicação de nível zero é convencional):


As estimativas mais recentes são até mais preocupantes em relação à essa variação. De acordo com um estudo do Fundo Mundial Para a Natureza, publicado em 1997, o nível dos mares subiu neste século entre 10 e 25 cm, em razão do descongelamento das calotas polares. Kevin Jardine, especialista do grupo ambientalista Greenpeace para o clima no Ártico, adota este valor de 25 cm, dos quais 5 cm seriam decorrentes, segundo ele, do encolhimento das geleiras do pólo Norte.
As Ilhas Maldivas, no Pacífico, cujo monte mais alto não supera os três metros, já está sofrendo os efeitos desse aumento contínuo do nível dos oceanos. Os estoques de água doce estão sendo contaminados pela água salgada do mar, que sobe sem parar. O presidente de Nauru, uma ilha do Pacífico Sul com altitude máxima de dois metros, já avisou que seu país pode simplesmente desaparecer do mapa.
Na ilha Kilibadji, o nível da água do mar também não para de subir, decorrência do degelo da calota polar. Os coqueiros da ilha estão morrendo. O Sol não consegue atingir os corais, que também acabam morrendo; os peixes que se nutrem dos corais desaparecem, e as aves que se alimentam desses peixes ficam assim condenadas à extinção.
Em Cuba, cientistas informaram que o nível do mar está subindo cerca de 2,9 mm por ano.
Em algumas cidades litorâneas, como Miami, o aqüífero de água doce, de onde se retira a água potável, flutua sobre a água salgada; por isso, existe o temor de que a elevação dos mares empurre o lençol de água doce para cima — em alguns casos, até a superfície. Segundo pesquisa do World Watch Institute, as cidades de Bangcoc, Nova Orleans, Taipei e Veneza já estão enfrentando esse tipo de problema.
A elevação de alguns centímetros do mar não é, pois, insignificante, como pode parecer à primeira vista.
Os oceanos também ajudam a manter o equilíbrio térmico global através das correntes marítimas. A Corrente do Golfo, por exemplo, que se desloca próxima à superfície, leva as águas aquecidas do trópico para o norte. Perto da Groelândia ela se esfria e afunda rapidamente, formando uma corrente fria que se desloca em sentido inverso, próxima ao fundo do oceano, transferindo o frio do Pólo Norte de volta para o equador. Esse efeito é chamado de "bomba oceânica de calor".
Acredita-se que se as correntes marítimas sofrerem alguma alteração poderão causar mudanças substanciais no padrão climático, fazendo com que algumas regiões recebam mais chuvas e outras menos, tornando algumas áreas mais quentes e outras mais frias.
Pois bem, em 1991 o cientista Peter Schlosser, do Observatório Geológico Lamont-Doherty de Colúmbia, Estados Unidos, anunciou que durante a década de 80 um componente básico da bomba oceânica de calor havia desacelerado abrupta e inexplicavelmente em quase 80%, chegando a uma velocidade não muito maior que a de… uma massa de água estagnada. Este componente básico alterado era formado pelas águas do nordeste da Islândia, que de alguma maneira se tornaram menos salgadas e conseqüentemente afundavam com menor rapidez.
Nos oceanos existe também um tipo de oscilação muito difícil de detectar chamada "ondas de Rossby". Essas ondas têm apenas 10 cm de altura e mais de 500 quilômetros de extensão, e são extremamente lentas em seu deslocamento. No entanto, sabe-se que elas têm força para mudar as correntes marítimas e o clima em escala mundial. Existe, inclusive, um estudo demonstrando que elas estariam ligadas às tremendas inundações de 1992 na região central dos Estados Unidos. Por isso, causou grande impacto a descoberta do oceanógrafo americano Dudley Chelton de que as ondas de Rossby estavam deslizando duas vezes mais depressa do que deveriam...
Ninguém ainda tentou montar um gráfico que mostrasse a variação da perplexidade dos cientistas ao longo dos últimos anos, ante todos esses acontecimentos ditos "inexplicáveis"; contudo, esse gráfico, se existisse, teria uma forma muito semelhante aos já apresentados sobre variações de temperatura, crescimento de terremotos, inundações, etc.
Ainda com relação às modificações nos oceanos, já se constatou também perturbações na vida marinha. Uma das mais importantes foi a redução na quantidade de zooplâncton, pequenos animais que constituem a base da cadeia alimentar marinha, e que se alimentam de uma espécie de pastagem chamada fitoplâncton (microalgas que crescem no mar). Num artigo da revista Science, os cientistas Dean Roemmich e John McGowan revelaram que a quantidade de zooplâncton em algumas áreas do Oceano Pacífico, na Califórnia, sofreu uma redução de 80% desde 1951, ao mesmo tempo em que a temperatura das águas subiu 1,5°C.As mudanças climáticas alternam-se em proporções espantosas em todo o planeta, e em espaços de tempo cada vez mais curtos.