Só Templates

Créditos



Layout by



sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Especial: Reciclagem

Hoje o "Especial" será diferente dos que já foram postados até agora.
Ao invés de falarmos sobre algum problema ambiental, falaremos sobre uma solução: a reciclagem!
Um dos modos mais fáceis e práticos para revertermos a má situação da Natureza!


Introdução

A reciclagem tem um conceito bastante simples: pegue alguma coisa que não tem mais utilidade e transforme-a em alguma coisa nova em vez de simplesmente jogá-la fora. Pode ser qualquer coisa, desde a reciclagem de papel velho em papel novo até a transformação de uma antiga calota em uma banheira de passarinhos decorativa. Na realidade, a reciclagem pode se tornar bastante complexa: como ela interage com nosso ambiente, nossa política, nossa economia e até mesmo com nossos próprios padrões de comportamento humano, exerce um papel importante no futuro de nosso planeta. Neste artigo, veremos o que é reciclagem, por que e como ela funciona e algumas críticas a essa prática.

O que é reciclagem?

A reciclagem pode assumir várias formas. Em uma escala menor, sempre que você encontra um novo uso para alguma coisa velha, você está reciclando.

A reciclagem se torna mais importante em escalas maiores. Nesse nível, bens de consumo usados são coletados, convertidos de volta em matéria-prima e refeitos em novos produtos de consumo. Latas de alumínio, papel de escritório, aço de prédios velhos e recipientes de plástico são todos exemplos de materiais comumente reciclados em grandes quantidades, geralmente por meio de programas municipais que encorajam as coletas domésticas em grande escala.

É raro um produto reciclado ser exatamente do mesmo material original a partir do qual ele foi reciclado. Papel reciclado, por exemplo, contém resíduos de tinta e fibras mais curtas que papel virgem (papel feito de polpa de madeira). Por causa disso, ele pode ser menos desejável para alguns propósitos, como papel para copiadoras. Quando um bem reciclado é mais barato ou mais frágil que o produto original, é conhecido como ciclo inferior (ou reciclagem descendente). Eventualmente, os produtos caem tanto no fluxo de reciclagem que se torna inviável reciclá-los novamente. Após ser reciclado algumas vezes, o papel não é mais utilizável. Em alguns casos, os produtos podem passar por um ciclo superior, transformados em alguma coisa mais valiosa que o produto original. Um exemplo é uma empresa que faz reciclagem ascendente, transformando jornais velhos e latas de alumínio em móveis artísticos.


Benefícios da reciclagem


A maioria das razões pelas quais reciclamos é ambiental, ainda que algumas sejam econômicas.

Lixo em excesso

Uma das principais razões para a reciclagem é reduzir a quantidade de lixo enviada para os aterros. O uso de aterros atingiu seu ápice na década de 80, quando os americanos mandaram quase 150 milhões de toneladas de lixo para aterros por ano. Atualmente, ainda são lançados mais de 100 milhões de toneladas de lixo em aterros anualmente [fonte: Hall]. Apesar de os aterros sanitários modernos serem mais seguros e menos incômodos do que os depósitos abertos do passado, ninguém gosta de ter um deles por perto. Nas áreas densamente povoadas, o espaço para aterros é escasso. Onde há muito espaço, enchê-lo com lixo não é uma solução muito boa para o problema.

Em 2006, os esforços de reciclagem nos Estados Unidos desviavam 32% do lixo dos aterros. Isso evita que mais de 60 milhões de toneladas de lixo acabem em aterros anualmente

Poluição do chorume do aterro

Os aterros causam um outro problema, além de ocupar muito espaço. A diversidade das químicas lançadas nos aterros e as químicas resultantes da decomposição do lixo se misturam em um caldo tóxico conhecido como chorume, que cria enormes quantidades de poluição. O chorume pode vazar do aterro e contaminar lençóis freáticos. Atualmente, tampas de argila impermeáveis e coberturas plásticas evitam que grande parte do chorume vaze, tornando os aterros muito mais seguros do que eram algumas décadas atrás. Qualquer chorume, porém, é muito se ele estiver penetrando em sua vizinhança.

Bens novos consomem recursos

Fabricar um produto novinho em folha sem qualquer material reciclado causa o esgotamento de recursos naturais no processo de manufatura. O papel usa a polpa de madeira das árvores, ao passo que a fabricação de plástico requer o uso de combustíveis fósseis, como petróleo e gás natural. Fazer alguma coisa com materiais reciclados significa usar menos recursos naturais.

A reciclagem (às vezes) usa menos energia

Há muito espaço para debate sobre esse aspecto da reciclagem, mas muitos processos de reciclagem requerem menos energia do que os fabricantes precisariam para fazer o mesmo item novinho em folha. A fabricação de plástico é muito barata, e alguns bens de plástico podem ser difíceis de reciclar eficientemente. Nesses casos, o processo de reciclagem provavelmente consome mais energia. Também pode ser difícil calcular todos os custos de energia ao longo da cadeia de produção inteira. A reciclagem de aço certamente usa menos energia que o processo inteiro de mineração do minério de ferro, refinamento e forja de aço novo. Alguns alegam que a frota de caminhões de reciclagem que coleta plástico e papel de porta em porta semanalmente nas cidades abala o equilíbrio da energia contra a reciclagem. O uso da energia é um fator que deve ser considerado caso a caso.

Dinheiro

A reciclagem tem uma série de impactos econômicos. Para as empresas que compram bens usados, os reciclam e revendem como produtos novos, a reciclagem é a fonte de toda sua receita. Para cidades em áreas densamente povoadas que devem pagar por tonelagem para usar seus aterros, a reciclagem pode cortar milhões de dólares dos orçamentos municipais. A indústria da reciclagem pode ter um impacto ainda mais amplo. Análises econômicas mostram que a reciclagem pode ser três vezes rentável por tonelada do que aterros, bem como gerar quase seis vezes o número de empregos.

No Brasil, um dos protagonistas da cadeia de reciclagem são as cooperativas de catadores. Elas tem sido responsáveis pela melhoria das estatísticas de reciclagem, além de serem verdadeiros mecanismos de inclusão social (são uma alternativa efetiva de trabalho para boa parte da população carente do País).


Diretrizes da reciclagem


O uso do papel nas nações industrializadas continua a crescer e, em alguns casos, é responsável por quase 20% de todo o lixo doméstico. Ainda que as árvores usadas para fazer papel novo sejam um recurso renovável, florestas antigas são freqüentemente derrubadas para dar espaço a árvores com polpa, rapidamente plantadas e colhidas para fazer papel. O papel reciclado resulta em uma economia líquida significante em termos de água e energia usadas, assim como os poluentes emitidos no ambiente.

Trinta e três por cento do papel que circulou no Brasil em 2004 retornou à produção através da reciclagem. Esse índice corresponde à aproximadamente 2 milhões de toneladas. Em 2004, 79% do volume total de papel ondulado consumido no Brasil foi reciclado.
Desde coletas de rua e de locais específicos, o papel é classificado com base no tipo de papel, no peso, no uso, sua cor e se ele foi previamente reciclado. Depois, um banho quente de água e químicas reduz o papel a uma substância fibrosa e pastosa. Depois, ímãs, gravidade e filtros removem coisas como grampos, colas (em inglês) e outras químicas indesejáveis da polpa. A tinta é removida tanto por lavagem química quanto soprando-a para a superfície onde ela é filtrada. A polpa (que pode ser clareada) é então borrifada e enrolada em folhas planas que são pressionadas e secas. Às vezes, polpa nova é acrescida à polpa reciclada para fortalecer o papel. As folhas de papel gigantes, quando secas, são cortadas no tamanho adequado para serem vendidas novamente aos consumidores.
Vidro
Reciclar vidro representa economia de energia e custo significante em relação à fabricação de vidro virgem porque virtualmente não há perdas quando o vidro é reciclado. Existem duas maneiras de reciclar o vidro. Algumas empresas coletam garrafas de seus clientes e as limpam e desinfetam completamente antes de reutilizá-las. Outros recicladores de vidro classificam o vidro por cor (claro, verde e marrom não devem ser misturados porque dão um efeito manchado ao vidro). O vidro é assentado em pequenos punhados finos conhecidos como cullet, completamente peneirados e filtrados por meio do uso de lasers, ímãs e peneiras, e depois derretido e convertido em vidro novo.

No Brasil, 46% das embalagens de vidro são recicladas, representando um total de 390 mil toneladas por ano. Desse total, 40% são oriundos da indústria de envaze, 40% do mercado difuso, 10% do "canal frio" (bares, restaurantes, etc) e 10% do refugo da indústria. A reciclagem desse material não é maior devido ao seu peso, o que encarece o custo do transporte da sucata.

Somente o vidro usado em recipientes como jarros e garrafas é comumente reciclado. Vidro de janelas e vidro usado em lâmpadas são muito caros e difíceis de reciclar.

Aço

A reciclagem de aço de automóveis e edifícios antigos tem uma longa história. O aço é relativamente fácil de reciclar: máquinas gigantes trituram carros velhos e resíduos de construção. A lei norte-americana, por exemplo, requer que uma determinada proporção de todo aço produzido seja aço reciclado: todo o aço dos Estados Unidos contém, pelo menos, 25% de aço reciclado.

Depois de classificada, a sucata de aço é derretida e refinada novamente em enormes folhas ou bobinas. Essas folhas ou bobinas podem ser enviadas para fabricantes para a produção de carrocerias de carro ou materiais de construção.

Se considerarmos os índices de reciclagem de carros velhos, eletrodomésticos, resíduos de construção civil, ou seja, todos os segmentos do aço e somarmos aos índices das embalagens deste material, o Brasil recicla cerca de 70% de todo o aço produzido anualmente.

Inovação da reciclagem: o aço do World Trade Center

Muitos dos escombros de aço dos ataques terroristas no World Trade Center foram enviados para a China (um mercado faminto por sucata de metal), ao passo que algumas peças foram recicladas nos Estados Unidos de formas simbólicas. Várias toneladas do aço do Trade Center foram recicladas e usadas para a construção do casco do navio de assalto anfíbio da Marinha americana, o USS New York [fonte: Snopes.com - em inglês].

Pequenos pedaços de aço do World Trade Center foram impressos com bandeiras americanas e usados na construção dos veículos Spirit e Opportunity da Nasa em Marte [fonte: NY Times].


Centros de reciclagem


Os programas de reciclagem no mundo assumem cinco formas principais.

Recolhimento nas calçadas
Caminhões especiais com contêineres separados para diferentes tipos de materiais recicláveis andam pelas ruas da cidade exatamente como os caminhões de lixo. Os trabalhadores fazem uma classificação prévia dos materiais à medida que os arremessam dentro do caminhão. Algumas comunidades exigem que os moradores classifiquem e separem os materiais recicláveis, mas isso pode reduzir o índice de participação.


Centros de descarte


Um local central é estabelecido para aceitar materiais recicláveis que os próprios moradores transportam. Mesmo comunidades com sistemas de recolhimento nas calçadas ainda podem ter centros de descarte para a recuperação de materiais perigosos como tinta ou gás propano.


Buy-back centers


Esses centros são similares aos centros de descarte exceto que eles pagam aos moradores por seus itens com base em valores de mercado. Esses centros são mais comumente vistos como parte de um negócio varejista, como um ferro-velho que compra metal amassado por peso.

Cooperativas de catadores

As cooperativas de reciclagem são organizações compostas por catadores de materiais, em geral, a população pobre da comunidade. Além de coletar materiais descartados em vias públicas, elas comumente firmam convênios com indústrias e condomínios, bem como recebem materiais entregues voluntariamente pela população.

Programas de depósito/refinanciamento

Esses programas são familiares a qualquer um que já tenha comprado uma bebida em lata ou garrafa. O depósito (geralmente cinco centavos) é acrescido ao preço de venda. Você pode então devolver a garrafa ou lata vazios para um centro de coleta e resgatá-los por um reembolso do depósito.

Muitas comunidades lutam para compensar seus programas de reciclagem, nos quais os benefícios de custo dependem da ampliação da participação, o que é difícil de conseguir em grandes áreas urbanas. Se uma municipalidade se compromete com um programa de reciclagem, geralmente torna-se ilegal jogar fora materiais recicláveis. As pessoas, porém, raramente são processadas ou multadas por essa ofensa.

O Brasil é considerado referência para o mundo por meio de seu modelo de reaproveitamento de materiais que nasceu naturalmente do valor econômico destes, gerando simultaneamente ganhos sociais e ambientais, atendendo assim ao estudo internacional compilado no Relatório Nosso Futuro Comum (Eco 92), que evidencia os fatores econômicos, sociais e ambientais como indissoluvelmente ligados.

Assim, tendo em vista a disponibilidade de matéria-prima, o potencial de geração de valor, trabalho e renda nela contida, cujo aproveitamento depende hoje apenas de iniciativas pontuais, a Associação Brasileira de Embalagem - ABRE propõe a criação do Programa Brasileiro da Reciclagem. O objetivo do Programa será articular os agentes responsáveis e identificar os entraves e as oportunidades, propondo diretrizes e ações gerais visando maximizar a reciclagem no Brasil. O Programa Brasileiro de Reciclagem tem por objetivo estimular a reciclagem de embalagens e criar mecanismos para que ela se torne mais abrangente e efetiva, aumentando os elevados índices já computados no Brasil.

Nenhum comentário: