Manaus (AM), Brasil — Devastação da floresta em agosto foi 3 vezes maior em comparação ao mesmo mês de 2007, segundo dados do Inpe. Pecuária é a principal atividade econômica nos municípios que mais desmataram.O desmatamento verificado pelo sistema Deter do Inpe no mês de agosto foi alavancado pelos municípios na Amazônia com os maiores rebanhos de gado.
Após a queda registrada no mês de julho, o desmatamento da floresta amazônica voltou a subir em agosto, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Segundo dados do sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), 756,7 quilômetros quadrados de floresta foram destruídos no período – índice três vezes maior do que o registrado em agosto de 2007, de 230 quilômetros quadrados.
"Lamentavelmente não é nenhuma novidade. Há meses, o Greenpeace vem alertando para a tendência de aumento do desmatamento na Amazônia, confirmada novamente pelos dados do Inpe divulgados nesta segunda-feira", disse Paulo Adario, diretor da campanha da Amazônia do Greenpeace.
Repetindo a tendência dos últimos quatro meses, o Pará voltou a ser o estado que mais destrói a Amazônia, com 435 quilômetros quadrados de florestas derrubados, seguido por Mato Grosso, com 229 quilômetros quadrados desmatados. O desmatamento do mês de agosto foi alavancado pelos municípios com os maiores rebanhos de gado. Para o Greenpeace, a retomada do desmatamento está ligada à diminuição da presença da fiscalização nos últimos meses na região. Como prova disso, em agosto, o Greenpeace transmitiu, ao vivo, imagens de destruição da floresta para alertar a opinião pública sobre o problema.
Queimadas recentes dentro e no entorno de áreas protegidas na área de influência da BR-163, no Pará, e também no Mato Grosso, foram documentadas pela organização para expor a falta de governança na região, o que incentiva a destruição da maior floresta tropical do planeta. Além disso, o aumento do desmatamento coincide com pressão dos governadores dos estados amazônicos, capitaneados por Blairo Maggi, governador do Mato Grosso, para rever medidas estruturantes de combate ao desmatamento, como o corte de crédito para quem destrói a floresta.
"É preciso mudar a política de incentivos financeiros para atividades predatórias e passar a investir em atividades responsáveis, que considerem a floresta em pé. É possível zerar o desmatamento na Amazônia até 2015, associando desenvolvimento econômico na região com proteção das florestas", diz Adario.
O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, também divulgou nesta segunda-feira uma lista dos 100 maiores desmatadores do país, em que o Incra lidera como o campeão da destruição da floresta. Conheça nosso relatório Assentamentos de Papel, Madeira de Lei - Parceria entre Incra e madeireiros ameaça a Amazônia.
Fonte: Greenpeace


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